Capítulo 24: Pancakes

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~Sam On~

~ esse capítulo tinha que começar com ele, os números não mentem <3~

Acordei com meu celular tocando insistentemente. Por um momento achei que era o despertador, que precisava levantar para ir para a aula. Mas por favor, era domingo. Emburrado fui olhar a tela. Leah estava me ligando, eram quase meia-noite.

Atendi já imaginando que ela devia estar bêbada no festival das flores, pulando e cantando com alguma banda indie da qual nunca ouvimos falar. E eu estava perdendo tudo isso. Quem dera fosse o que eu achava.

- Alô!- falei com voz de sono.

Não ouvi música nenhuma ao fundo. Apenas um completo silêncio apenas marcado pela respiração agoniante do outro lado da linha.

- Leah? - perguntei começando a ficar nervoso.

- Sam... - Quando ela falou meu nome, com a voz interrompida por lágrimas, meu coração se apertou.

Pensei em tantas coisas naqueles curtos segundos. Achei que algo poderia ter acontecido no festival. Ela podia ter se envolvido em alguma confusão. A cidade estava tão cheia de pessoas estranhas. Tudo podia ter acontecido.

- Leah, me fala o que aconteceu.- Disse nervoso, já me levantei e acendi as luzes. Precisava de uma resposta.- Aconteceu alguma coisa no festival? Alguém te machucou?

- Não... - ouvi sua respiração ofegante- Eu só preciso de você aqui comigo e - cortei-a.

- Okay Leah. Mas o que aconteceu?- Perguntei ainda nervoso. Ninguém liga para a casa dos outros de madrugada por nada.

- Ben. - Ela falou aquele nome e foi como se fosse torturante. - Ele foi embora. Disse que não podia ter nada comigo. Que não me amava do jeito que o amo.- Ela despejou tão depressa que foi difícil entender algumas palavras.

Nossa. Meu Deus. Isso foi forte e inesperado. Quer dizer, eu já sabia ou pelo menos previa que os dois não podiam ficar juntos. Por questões óbvias. Mas depois que Leah começou a dizer que de certa forma ele estava retribuindo o que ela sentia... Achei que talvez, quem sabe, o mundo estivesse virando de ponta cabeça. Talvez Ben não enfrentasse como tabu um relacionamento entre tio e sobrinha, eu não sei. Fiquei tão confuso e perdido que até discuti com Leah por conta dessa história.

De todo jeito, as coisas simplesmente entraram em colapso e não tinha nenhum outro lugar onde deveria estar agora.

- Chego em cinco minutos.

Fiquei com minha calça de moletom e apenas vesti uma camiseta e coloquei um casaco. Desci as escadas bem devagar para não acordar minha avó. Aparentemente meu pai que tinha saído com uma amiga de velhos tempos, ainda não tinha chegado. Hummm.

Caminhei por pouco tempo e já estou na casa de Leah. Ela estava encarando a rua pela janela e viu quando cheguei. Assim que ela abriu a porta, correu para meus braços.

- Desculpa te chamar de madrugada, eu só- ela falou entre soluços.

- Leah, se você não me chamasse, aí teria problemas. Vamos até a cozinha beber um chá. - Fechei a porta e fomos para a cozinha.

Enquando eu colocava a água para ferver, ela me contou a história desde o começo do dia, até o momento que Ben fez as malas e partiu.

-... Eu não entendi Sam. Foi como se todo meu mundo caísse. Se tudo tivesse ficado na minha imaginação seria melhor. Mas não, ele disse que sentia algo quando estávamos na casa dos meus avós depois do festival do vinho, e então aqui disse que havia se perdido, que não queria mais fazer aquilo, e a forma como ele disse, eu podia ver eu seus olhos, era como se sua vida tivesse sido destruída. Isso tudo pelo que eu sentia por ele.

Entre VírgulasOnde histórias criam vida. Descubra agora