Capítulo 41: Sorvete

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~Leah On~

~Amorzões, estou sem corretor, qualquer erro, mil desculpas, e me avisem que qualquer hora passo ajustando, já deixa o votinhoooo para alegrar meu coração~

Meus passos iam pela rua e era como se eu nem estivesse controlando meu corpo. Não tinha mais certeza de nada na vida. Não sabia quem eram meus amigos, não sabia de quem eu era amiga, não sabia em quem podia confiar, não sabia quem eu amava, não sabia de nada. Muito menos quem eu era no meio dessa confusão toda.

Caminhei sem saber direito para onde estava indo. Até que Caleb falou comigo.

- Quer ir no pier? - ele perguntou suavemente. Meu Deus. O que eu estava fazendo? Estava matando aula com o namorado da minha amiga. Amiga? Será mesmo que eu podia dizer que era amiga de Olivia. De forma alguma minhas atitudes e pensamentos das últimas semanas corresponde ao certo para uma amizade.

- Eu não sei. Caleb, você é o melhor aluno da sala e está concorrendo a representante. Não acho que deveria estar aqui comigo.

- Leah, eu já sou bem grandinho para decidir por mim. Não estava mesmo no clima... - ele disse isso de forma estranha. Meio triste também. Ótimo. Mais um ser humano deprimido no mundo.

Fomos caminhando, virando alguns quarteirões e chegamos no pier. Era um imenso lago usado por pescadores. Tinham barcos em quase toda sua costa. Caminhamos um parquinho que tinha perto. Sentamos nos balanços.

- Lembra quando vinhamos aqui? - ele perguntou se balançando e olhando a vista. Estava frio mas bem no fim do horizonte podia-se ver o resquício do sol.

- Claro. Lembro muito bem quando você me empurrou no lago. - ri lembrando do momento. Eu me lembro de ficar tão irritada com Caleb que coloquei ketchup dentro do seu tênis.

- Não foi de propósito.

- Ata. Sempre bancando o bonzinho. Pode parar. Você era um pestinha. Adorava implicar comigo.

- Eu nunca soube lidar com você. Essa é a verdade. Até hoje nem se eu tivesse um mapa conseguiria te desvendar. - ele me olhou de um jeito tão analítico que baixei a cabeça.

- Você também não é fácil. - mexi os ombros. - Acho que por isso a gente passou a vida inteira sem nem se falar direito. Ambos se odiando. - ele riu balançando a cabeça, olhou para a frente- O que foi?

- Eu nunca conseguiria te odiar. - disse continuando a olhar para o lago.

Fiquei calada. O que eu poderia dizer? Não ia mesmo ferrar mais aquilo. Já consegui fazer bastante merda nos últimos tempos. Ficamos nos balançando e então lembrei de algo importante.

- Como a cadelinha está? - Não gostei de como ele me olhou quando perguntei. - O que aconteceu?

- Fui no veterinário com ela antes da aula. - respondeu triste- Ela já está praticamente prestes a parir. Nem mesmo pude traze-la de volta para casa, ficou internada e por conta dos maus tratos... - Caleb respirou fundo, levei minha mão até a dele- ... É uma gravidez de risco. - completou.

- Então...Ela e os filhotes podem não sobreviver?- engoli em seco. Ele assentiu tristemente.

Quando encontramos aquela cachorrinha na rua, e Caleb levou para sua casa, alimentou-a e cuidou dela foi como se tudo fosse ficar bem. Mas a realidade da vida é essa: Certas marcas nos acompanham para sempre. Certas marcas podem mesmo estragar tudo. Inclusive finais felizes.

- Por que estava tão triste quando te encontrei na rua? - Black perguntou olhando para mim. Mas eu não queria falar sobre aquilo. Na verdade nem podia ser totalmente sincera em relação a esse assunto. - Seja o que for, vai melhorar. - ele disse e por mais que eu estivesse bem perdida, acreditei em suas palavras.

Entre VírgulasOnde histórias criam vida. Descubra agora