Capítulo 40: Rei da Bad

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~Sam On~

~Já deixa seu voto mozão, qualquer erro avisem, meu corretor bugou~

Nada pode estar tão ruim que não possa piorar.

Saudades de quando morria de tédio nos meus fins de semana, quando passava boa parte do tempo pensando na vida dos meus personagens de séries ou lendo livros de ficção científica. Minha vida virou um verdadeiro carnaval, do tipo brasileiro, o mais louco possível.

Depois da noite que eu tive em que eu fiz praticamente tudo que nunca tinha feito antes no mesmo dia. Quando chego em casa carregado de ressaca moral e também ressaca pós-alcoólica, quem estava no meu quarto me esperando?

A minha sensação ao vê-lo ali foi tão intensa que mal pude interpretar. Claro que eu estava chateado por ele me fazer achar em algum momento que o que nós dois tínhamos era de fato importante para ele. Mas depois da noite que passei com ParkerP... Não sei se sou completamente inocente.

- Você demorou- Minha alma deve ter saído do corpo. Eu estava totalmente cansado. O que ele fazia ali? Como ele tinha entrado?

- O que? - resmunguei e fui até a janela aberta, olhei a escadinha no canto da parede. Esse garoto era louco. - Você invadiu minha casa? Se alguém te visse e chamasse a polícia? Se minha avó te visse... Meu Deus. - Falei mais baixo.

- Não consegui dormir direito essa noite, eu só queria esclarecer as coisas e... - interrompi.

- Não tem nada para esclarecer Charlie. - fui seco. - Isso aqui - fiz um gesto com as mãos- Nunca daria certo. É tão óbvio. Como eu fui tão estúpido a ponto de me envolver desse jeito nisso. E para você... Sempre foi uma brincadeira não é? - olhei para ele com um sorriso triste- Claro. Você sempre fez isso, brincou com os sentimentos das pessoas, usou e descartou. Por que eu achei que comigo ia ser diferente. Não ia. - ele se levantou.

- Sam, não diz isso. Eu sou péssimo em demonstrar meus sentimentos ou falar deles mas eu...Eu só não consigo mais parar de pensar em você. Não consigo dizer porque nem sei o que significa direito, só quero ficar perto - Miller aproximou-se de mim.

- Não. - me afastei bruscamente mas eu estava tonto- Por que faz isso? Charlie, você é hétero. Eu sou apenas fruto da sua curiosidade. Mas não sou um objeto. Já te disse isso.

- .Sam, isso com a Pamela não significou nada. Foi bobagem. Não precisa ficar assim tão chateado. Já deixei bem claro que não quero ter mais nada com ela.

- Acho que é um pouco tarde para isso, não é mesmo? - balancei a cabeça- Você fez isso depois de ter me empurrado daquele jeito no vestiário. Você me tratou como se eu fosse um nada. E eu já sei que blá blá blá ninguém pode saber blá blá blá você é o hétero machão, capitão do time de futebol americano. Então por que está aqui?

- Porque eu quero estar aqui porra. Por isso. - ele segurou-me pelos ombros- Vamos esquecer isso, olha para mim- Charlie fez com que eu encarasse seus olhos- Eu quero ficar com você. - sussurrou.

-Quando você disse que não era para eu sair da sua vida, estava debochando de mim? Como você pôde? - balancei a cabeça e me afastei.

-Sam, já te disse o que eu sinto.

-Não quero mais ouvir, não agora, não hoje, nem sei quando, só vai embora, sai pela janela ou por onde quer que tenha entrado- Fiz um gesto para que ele fosse embora, abri um pouco a porta e foi então que tive uma pontada no meu coração.

Leah estava parada no meu corredor. Imóvel. Com os olhos estatalados. E a boca entreaberta. Merda. Ela não sabia disso com Charlie. Eu não contei. Mas não daria. O rosto de Charlie parecia tão paralisado quanto o dela.

Entre VírgulasOnde histórias criam vida. Descubra agora