Capítulo 45: Bolinho

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~Leah On~

~Oioi meus amores, estou aquiii, já deixa sua estrelinha para iluminar o caminho da Leah porque sem or, ela está no escuro~

Assim que coloquei meus olhos nele, pensei em tanta coisa. Eu não sabia mais o que pensar, nem sabia mais o que éramos um para o outro. E naquele momento, ali naquela sala de espera do Hospital, só queria ter o meu tio de volta, meu protetor, um dos meus melhores amigos. Mas agora tudo estava estranho.

Nem mesmo soube como cumprimentá-lo mas ele me abraçou, assim como fez com vovó e minha mãe. E disse que tudo ia ficar bem.

Eu continuei tensa e quando virei para olhar para Caleb e buscar algum consolo, ele já não estava mais ali.

Ficamos por mais meia hora, meu pai andando de um lado para o outro, até que o médico chegou com o rosto cansado. Apreensivos, escutamos atentamente ao que ele falou.

- O Sr. Jones sofreu um infarto agudo do miocárdio, mas já fizemos os procedimentos e conseguimos dissolver o coágulo. Ele precisa ficar internato por mais alguns dias até se reestabelecer. Mas já se encontra estável. - Acho que nunca fiquei tão aliviada em ouvir alguma coisa.

Por mais que tenha sido por um motivo terrível, minha família se uniu e todos se abraçaram. Estávamos tão aliviados por meu avó estar bem.

Minha mãe ficou no hospital para acompanhar meu avó e os demais foram para casa. Minha avó precisava descansar. Ela estava muito abalada.

Quando chegamos em casa, eu subi para meu quarto, precisava tomar banho. Parecia que um trem tinha passado por cima de mim. Mas antes que eu pudesse entrar, sinto uma mão alcançar a minha. Quando me virei, era Ben. Ele estava sério mas parecia leve, bem mais do que da última vez que nos vimos.

As suas últimas palavras para mim me atingiram bem forte. Eu baguncei toda a sua vida sem nem me dar conta. Eu fui patética.

- Podemos conversar? - Ele disse baixo e eu assenti. - Quer dar uma volta?

Confirmei com a cabeça e nós descemos as escadas, saindo pela porta e então começamos a caminhar pela rua sem precisar de um destino certo.

- Como você está? - Ben perguntou zeloso.

- Ah... Ainda estou assustada com isso do vovó mas agora melhor com a notícia de que ele está bem. - Respondi e me surpreendi por ter soado tão natural.

Ele ficou algum tempo sem falar mas então quando ele respira fundo, já sei que agora a alguns metros da minha casa, vamos realmente conversar.

- Eu sinto muito, Leah. Por tudo. - Ele disse tão sinceramente que senti meu coração se contrair. Eu quem devia pedir desculpas por todo o transtorno. - Nesses últimos meses na França, eu pensei tanto sobre como as coisas ficaram desastrosas e como fui injusto com você. Despejei todas as minhas frustrações naquela noite que parti. - Ele balançou a cabeça- Leah, você é apenas uma garota. Não podia ter te sobrecarregado e ido embora sem nem ao menos agir como um tio e apoia-la.

- Não. Ben. Por favor. Não me trate como se eu fosse uma criança que não pode ser responsabilizada- Disse séria e até um pouco chateada- Quando você foi embora, eu fiquei devastada. Mas então me dei conta de tudo. E eu sou uma pessoa que comete tantos erros... Eu faço naturalmente, sem nem notar. Eu machuco as pessoas. E ás vezes eu sou totalmente egoísta tentando conseguir o que quero. Você foi um dos que mais afetei com isso.

- Eu também errei com você. Não devia ter permitido que nada entre nós acontecesse. E quando Victoria me ligou... - Meus olhos se arregalaram- Eu quis desaparecer do universo. Não sabia o que dizer, então confessei tudo. E acho que nunca chorei tanto na vida. Nós dois, aliás.

Entre VírgulasOnde histórias criam vida. Descubra agora