Capítulo 39: Reconstrution

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~ Leah On~

~Deixa a estrelinha e será só ''shantay, you stay''

Eu sempre achei que sabia quem eu era. Mas tudo está desmoronando nos últimos tempos. Posso comparar-me a uma casa que foi completamente derrubada por uma máquina de demolição. O sentido de estar perdida é gigante e pulsa mas ao mesmo tempo ser demolida, é o primeiro passo para reconstrução.

Toda introdução misteriosa e filosófica para o seguinte acontecimento: Eu enchi a cara. Bebi mais que em todas as festas juntas. Dancei, beijei (muito, diga-se de passagem), depois pensei na vida, acho que chorei e então eu fui dormir na mesma cama que uma das minhas melhores amigas de infância.

Eu sabia muito bem que Trine era pansexual, ela era um ser livre, desamarrada de qualquer preconceito ou tabu. Eu não sei se sou assim. Mas segui seu ritmo.

Naquela noite maluca, descobri prazeres simples mas que conseguiam me invadir. E era isso. Carnal. Quer coisa mais incrível que fundir corpo e alma em um momento? Claro que seria muito incrível se eu e Trine estivéssemos apaixonadas, eu teria passado a noite do lado que alguém que amo. Não foi o caso. Podia estar bêbada, senti prazer mas Trine era minha amiga. Ainda soava estranho na minha cabeça pensar no que fizemos.

- Que noite! - ela disse se jogando na cama depois de também tomar banho. Se enrolou em seu cobertor, sua coxa tocou a minha e ali ficou.

- Nem fala, meu mundo está girando. - respondi ainda tonta.

E então ela ficou me olhando por um tempo. Eu conhecia Trine, se ela gostasse de mim de um jeito especialmente amoroso diria, mas nem precisava dizer, eu li o que seus olhos demonstraram, o que eles queriam. Ela me desejava. Fiquei com medo. Nunca tive experiências sexuais de nenhuma forma com ninguém, não sabia onde pegar, o que sentir, o que dar à outra pessoa, pelo menos em parte, Trine me ensinou naquela noite.

- Que foi? - respondi inocentemente apesar de já estar imaginando.

- É que sei que somos amigas, mas você tem um jeitinho muito...- então ela parou e isso me deixou nervosa. Então começamos a ouvir uns gemidos vindos do corredor.

- Eita, meu irmão e Sam vão acordar todo mundo. Devem ter esquecido a porta aberta. Vou lá fechar - ela disse e saiu.

Quando voltou estava rindo. Fechou a porta de seu quarto.

- Os dois estão mandando ver, acho que vão quebrar a cama. - Eu arregalei os olhos. Sam e Parker Parker... Quem diria?- Achei que você piraria mais quando percebesse que Parker era assim, livre. Mas acho que levou na boa.

- Levei sim. Foi uma noite louca mas bem divertida.

- Verdade... - ela voltou a deitar do meu lado. Estávamos iluminadas pela luz dos abajures.

- Agora, você tinha dito antes que eu era muito alguma coisa, fala sua louca, muito o que? Retardada? Eu sei que sou- ri. Ela balançou a cabeça e seguiu me encarando.

- Sexy. - Eu parei de rir. Acho que nunca me senti verdadeiramente sexy. Sempre fui meio atrapalhada, comum.

- Uau, você também está bêbada- brinquei. Então ela se aproximou e me beijou delicadamente, somente sentindo meus lábios e fazendo eu sentir os dela.

Foi rápido, depois ela se afastou e me olhou nos olhos.

- Eu... - ela foi dizendo como se fosse se desculpar, mas não precisava. Aproximei-me de seu rosto e beijei-a com mais intensidade dessa vez e então começamos a nos beijar.

Entre VírgulasOnde histórias criam vida. Descubra agora