O melhor amigo

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O portão da propriedade da família Odebrecht se abria com a chegada do carro de David, que era dirigido por Felipe.

— Vamos entrar pessoal — anunciou ele.

— Pode parar o carro aqui mesmo, vou pra minha casa — pediu Camila. Felipe estava em dúvida, porque o combinado era todos dormirem na mansão aquela noite. — Você me ouviu, Felipe, pare agora quero descer!

Felipe parou e David reagiu nervoso.

— Vai fazer birra só porque disse aquilo é?

Camila abriu a porta sem responder, e David a seguiu, batendo a porta com força logo atrás, alcançando-a e segurando pelo seu braço.

— Me solta, me deixa David! — ela se solta dele, e os amigos de David saem do carro curiosos para assistir mais uma crise de briguinha do casal. Felipe se preocupa e desce do carro.

— David, calma, deixe Camila um pouco, ela está sob o efeito do álcool.

David estava puto, vendo ela se afastar.

— Não posso deixar que minha namorada vá sozinha!

Gabriel riu, escorando no carro.

— O que acha que poderia acontecer com ela, hem? Isso aqui é um condomínio e não o complexo do Alemão, cara.

David olhou com fúria para o amigo e ele percebendo levantou as mãos em sinal de desculpas.

— Olhe, eu vou levar Camila se você não se importa — Felipe ofereceu.

— Eu posso levar, obrigado! — David respondeu seco. — Me dê à chave.

Hélio palpitou.

— Cara, você está bêbado, não pode dirigir.

— Não pedi sua opinião, porra, vamos me dê aqui à chave! — engrossou seu tom de voz, e Felipe olhou para os lados.

— Não posso dar, você está muito nervoso e vai acabar brigando com ela, vai se pior — disse, e fez sinal para Paulo e Gabriel ajudar a contê-lo antes que acordasse alguém.

— Hei, vamos lá David, deixa o Felipe levar a Camila, é rápido, cara — Gabriel chegou ao lado dele, pousando sua mão no ombro dele.

— E além disso temos um assunto inadiável, estamos empolgados, não vai dar para trás agora né?

David se revoltou, e empurrou o amigo para longe, dando as costas, entrando pelo portão aberto.

— Ele ta puto mesmo — observou Hélio. Felipe deu de ombro.

— Amanha ele estará no portão da casa de Camila fazendo declaração de amor e pedindo desculpas — ele entrou no carro, e depois de fechar a porta, deu ré e seguiu Camila que já estava longe.

Felipe a alcançou logo e debruçado na janela do carro, dirigindo lentamente a modo de acompanha-la, dizia.

— Ainda terá que andar uns oito quarteirões, ta mesma determinada de encarar o desafio? — brincou.

— Vai se foder Felipe, não sei por que veio atrás de mim! — ela respondeu sem olhar para ele, ainda prosseguindo a caminhada.

— Talvez seja porque eu goste de você, mesmo sabendo que é namorada do meu melhor amigo — revelou.

Ela parou e riu irônica.

— Não me venha com essa, você por acaso bebeu e eu não percebi?

Felipe também parou o corro no meio da rua, e desceu. Aproximou-se dela, de modo que ficou encarando-a intensamente, e se curvou, pondo as mãos na sua cintura, puxando-a para unir ao seu corpo e a beijou.

Camila aceitou o beijo, mas não prosseguiu como ele esperava que acontecesse.

— Por acaso eu beijo assim tão mal? — perguntou.

— Não acredito que você fez isso...

— Eu também ainda não estou acreditando que você tenha deixado — rebateu ele, e ela o abraçou logo depois, beijando-o intensamente, e Felipe a levou para o carro, e saiu.


O Filho da BabáOnde histórias criam vida. Descubra agora