Nova Tentativa

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A piscina estava ótima. Lucas e o senhor Olavo se divertiram bastante, brincaram de Biribol, e depois pegaram um solzinho até que sentiram que já estavam na hora de sair.

— Nossa fazia muito tempo que eu não desfrutava da piscina desse jeito, sabia? — comentou o senhor Odebrecht animado.

— E eu então? — respondeu Lucas. — E olha que eu não sei nadar se soubesse com certeza teria me divertido mais.

— Se quiser eu posso te ensinar — disse uma voz atrás deles. Lucas a reconheceu e ao virar, viu David na borda da piscina de cueca e sem camisa. Ele deu um mergulho, espalhando água em todos os cantos, e emergiu depois.

Lucas ficou observando a água que escorria de seus cabelos, e as gotas do seu rosto.

— David é melhor você deixar o Lucas em paz — disse seu pai.

— Não estou fazendo nada a ele, apenas ofereci ajuda — se defendeu. — Se ele quiser é claro — e depois nadou de costas, se exibindo para Lucas.

— Eu... bem agradeço sua boa vontade, mas vou recusar — disse Lucas.

— Tudo bem, sem problema — disse David parecendo compreender.

O senhor Odebrecht deu uma toalha para Lucas.

— Vamos entrar Lucas, tomar uma ducha e vestir novas roupas.

— Sim, obrigado — Lucas saiu com o senhor Olavo, e espiou por cima do ombro vendo David se apoiar na borda da piscina, enquanto olhava para ele sorrindo.

Depois dos dois terem tomado um banho, se vestiram, e foram para a sala onde jogaram vídeo game. Lucas adorava jogos de corrida e o senhor Odebrecht também.

— Você dirige muito bem — elogiou Olavo ao garoto.

— No vídeo game sim — riu Lucas, e chegou a linha de chegada.

A mãe de Lucas vinha de mãos dadas com Ana Clara, toda sorrisos, e a largou para que pudesse correr até o papai Olavo, que feliz a pegou e a ergueu girando no alto.

— Como está minha princesinha linda? — bajulava o senhor Odebrecht.

Ana Clara sorria, apenas sorria. Ainda não falava. Ela tinha um distúrbio no cérebro, segundo a medicina e por causa disso muitas das coisas simples que uma criança na sua idade já faria sozinha, ela precisava de monitoração de um adulto.

— Ela rabiscou no quadro hoje — informou a babá feliz.

— Nossa, minha princesinha vai ser uma desenhista de sucesso quando crescer, não é amorzinho? — orgulhou o pai e depois a colocou no chão, que correu e se escondeu atrás das pernas da babá quando viu na sala adentrando a namorada do irmão.

— Bom dia — cumprimentou Camila.

— Oi Camila — disse o senhor Olavo de má vontade. Lucas observou o descontentamento na reação do senhor Odebrecht ao vê-la. — O David está na piscina.

— Sim, eu sei, vim aqui mesmo para pedir desculpas ao Lucas — disse ela, e olhou para o garoto sentado no sofá.

— A mim? — Lucas estranhou.

— Sim, eu também concordei com o plano do susto, sei que foi muita infantilidade da nossa parte, por isso quero que me desculpe, por favor — pediu ela e se aproximou estendendo a mão para ele.

O senhor Olavo se afastou olhando estreito para a Camila, mas não disse nada.

Lucas ficou sem saber o que fazer e sem alternativa estendeu a mão para ela, em sinal de aceitação no pedindo de desculpa.

David adentrou e viu a cena. Lucas e ela se afastaram.

— Olá amor, estava aqui me desculpando com Lucas — ela foi até ele, abraçando-o.

— Que bom, eu já pedi minhas desculpas mais ainda não foi aceitas — disse David em voz alta, deixando Lucas desconfortável perto de sua mãe e do senhor Odebrecht.

— Bem, isso não é hora de abordamos esse assunto — disse Olavo quebrando o clima pesado que pairou no local. — Já está quase na hora do almoço. David e Camila vão ficar?

— Por mim, será um prazer senhor Olavo — disse Camila.

— Tudo bem pai, vamos sim — David disse. — A menos que minha presença não incomode o Lucas.

Todos olharam para Lucas que desejou penetrar a tela da TV naquele momento só para não viver aquela cena constrangedora.

— Claro que não me incomodo... não é porque ainda não aceitei seu pedido de desculpas que vou ficar fugindo de você pela casa, para mim, será normal como antes da peça que me pregaram — retrucou Lucas.

David olhou penetrante Lucas e depois disfarçou, beijando a testa da namorada.

— Então vamos a mesa esperar pela refeição pessoal — disse Olavo parecendo animado. — Por favor, chame a minha esposa sim? — pediu ele a empregada que aproximou deles.

— Sim senhor.

E todos foram para a mesa. 

O Filho da BabáOnde histórias criam vida. Descubra agora