O pedido de Lucas

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— Você já havia feito isso antes? — perguntou David depois que Lucas havia terminado.

— Não... até sinto envergonhado agora, eu não sei o que deu em mim...

David riu e acariciou seu cabelo.

— Relaxa eu não vou contar a ninguém, nem mesmo para o Felipe, não se preocupe.

Lucas estranhou.

— Eu e o Felipe não temos nada para que possa existir algum segredo David, se você quiser contar para o seu melhor amigo, eu não estou nem aí se quer saber.

— Ei calma, não precisa ficar irritadinho.

— É que você fala de um jeito que dá para entender que eu e o Felipe temos algo, sei lá — explicou Lucas.

— Mas você gosta dele um pouco não é?

Lucas ponderou uns instantes para responder.

— Ele é um cara legal, atencioso e sim, eu gosto dele.

David fez uma cara de incomodado.

— Hum se ele deixar você também o chupa como fez comigo?

Lucas olhou para ele intrigado.

— Claro que não, ficou louco, eu não sou assim David, isso que aconteceu aqui foi a primeira vez que eu deixei-me levar pelo impulso.

— Impulso ou vontade? — provocou David, fazendo Lucas revirar os olhos.

— Nossa você está bem afiado hem?

David riu, e o abraçou forte.

— É que você me deixou de um jeito fazendo aquele boquete... que agora só de imaginar você com o Felipe, eu quero te apertar assim tão forte que...

Lucas sentiu a pressão e riu implorando.

— Ai para vai quebrar meus ossos... para David seu chato.

— Eu falo sério — David afrouxou o seu abraço.

Lucas olhou para ele sem saber o que dizer, mas disse o que veio em sua mente.

— Você não pode requerer isso sabe disso, você namora a Camila e eu sou solteiro.

David afastou dele aborrecido.

— Então vai querer chupar todos que tiver vontade agora?

— Não seja ridículo David você está sendo grosso agora — retrucou Lucas indignado.

— Desculpa se expressei grosseiramente, mas o que queria que eu dissesse hem?

Lucas olhou bem para ele, e tocou no seu rosto delicadamente.

— Que irá terminar com a Camila e ficar comigo.

David olhou incredulamente, engolindo o riso.

O quê? — Lucas viu o olhar dele e recuou a sua mão rapidamente e se levantou virando o rosto para o lado.

— Eu... vou pra sala — e pegando seu celular em cima do criado mudo saiu rápido demais, sentindo as bochechas arderem e seus sentimentos despedaçados... se sentindo um idiota por achar que David ia leva-lo mais a sério, mas estava erroneamente enganado. David só queria uma diversão, e ele não seria mais esse brinquedinho em suas mãos.

David saiu do quarto de Lucas pensando nele. O pedido que ele havia feito há poucos minutos ainda ecoava em sua mente, e o jeito que ele havia se retirado do quarto todo envergonhado o deixara com certa culpa. Não sabia o que falar, ou fazer, nunca pensara na possibilidade de amar outro homem, mas sabia que sentia algo por Lucas quando o beijava. E não sabia como interpretar aqueles sentimentos que nascera de forma inusitada e rápida. Ele precisava de um tempo, de distrair e ver como ia fazer dali para frente.

Lucas não havia ido para a sala como falara, em vez disso, fora para o quarto das estátuas onde pôde ficar sozinho e chorar as suas decepções. Pegou o seu celular e ligou para Felipe.

— Felipe?... — ele perguntara com a voz embargada de um choro contido.

— Lucas, oi como você está? — Felipe atendera ansiosamente. — Você está bem? Sua voz está estranha, aconteceu algo?

Lucas tentou controlar mais a sua voz.

— Felipe eu estou bem... eu só liguei... — Lucas afastou um pouco o celular da sua orelha para repensar no que queria mesmo fazer, e voltou a falar. — Aquele dia... você disse que eu poderia te ver na sua casa... eu poderia ir agora?

— Claro que sim Lucas, quer que eu vá aí te pegar?

Lucas suspirou.

— Vou te esperar na esquina pode ser?

— Claro eu já vou logo pra ir então.

— Obrigado... Felipe... — agradeceu e desligou. Ele não ia desistir agora, precisava desabafar com alguém, e não podia ser com o senhor Olavo, porque Felipe era a única pessoa depois de David que ele seria capaz de sentir algo, e queria poder ter a certeza de que não ia se decepcionar novamente. 


O Filho da BabáOnde histórias criam vida. Descubra agora