O mordomo bateu na porta do quarto de David.
— Com licença jovem David, seu pai lhe chama em seu escritório.
David estava jogando vídeo game, e deixou o controle de lado, se levantando.
— Obrigado Alfredo, irei vê-lo.
— Com sua licença — retirou o mordomo fazendo uma leve reverência, e foi ao quarto de Lucas em seguida, bateu na porta e Lucas abriu-a. — Bom dia jovem Lucas.
— Bom dia.
— O senhor Olavo deseja vê-lo em seu escritório agora mesmo — anunciou.
O coração de Lucas bateu mais forte e rápido. Viu David passando pelo corredor, olhando para ele, e notou que seu rosto se formava um sorriso.
— Oh, tudo bem, obrigado, já estou indo — agradeceu Lucas. O mordomo lhe afastou, e o garoto saiu. — Eu só não sei onde fica o escritório.
— Pode seguir o senhor David, ele também foi convocado, se você preferir, ou eu posso lhe mostrar.
— Vou seguir o David, não se preocupe e muito obrigado — fechou a porta e apressou os seus passos indo atrás de David que virara o corredor.
Alcançou David que parecia ter esperado ele no meio do corredor.
— Meu pai quer falar com a gente.
Lucas balançou a cabeça.
— É quase meio dia, ele prometeu dar sua resposta a mim.
— Você já conversou com ele então? — indagou admirado.
Lucas deu de ombro, sem graça.
— Fiz tudo que estava no meu alcance, não fique chateado se caso ele não aceite, está bem?
David suspirou.
— Tudo bem, seja o que for não é?
— Sim, o que for será — Lucas concordou, e os dois recomeçaram a caminhar e seguiam em direção a uma porta de madeira preta talhada, onde duas colunas de mármore se erguiam do seu lado, do chão ao teto. Acima da porta, uma luminária de parede.
Os dois pararam um ao lado do outro. A maçaneta era dourada e Lucas suspeitou que fosse de ouro puro de tanto que ela brilhava e reluzia.
— É aqui o escritório do seu pai? — impressionado perguntou.
— Sim, é — David respondeu. Olhou no seu relógio de pulso. — Meio dia em ponto, vamos entrar.
Ele girou a maçaneta e empurrou a porta que deslizou sem fazer ruído qualquer. Lucas viu um hall na entrada e depois um lance de degraus com corrimão de cada lado, que terminava num vasto límpido piso axadrezado em preto e branco.
— É muito lindo e perfeito... — Lucas sentiu-se maravilhado. Era um enorme escritório mobiliado com móveis vitorianos, e vários quadros antigos e no centro do escritório que tinha forma de um grande circulo acima um imponente candelabro de cristais dava o retoque final na exuberância do lugar.
O senhor Olavo Odebrecht estava atrás de uma mesa, sentado numa cadeira com encosto de veludo vermelho, de mãos cruzadas repousadas à mesa. Atrás dele uma grandiosa janela de vidro com sacada.
— Se aproximem, e sente-se, por favor — convidou ele depois que os dois apareceram no seu campo visual.
David e Lucas obedeceram e juntos sentaram lado a lado nas cadeiras de frente para o senhor Olavo.
— O que o senhor decidiu pai?
— Silêncio David — levantou a mão. — Você não tem sido homem suficiente de resolver os seus problemas particulares e incumbiu Lucas para fazê-lo por você.
Lucas engoliu seco, sentindo o estômago revirar com a fala do senhor Olavo, embora dura e severa, foi dita numa forma leve sem alteração, o que provocou frieza em suas palavras.
O nariz de David tremeu, seu olhar mudou, mas ele se conteve e calou-se obediente.
Lucas não sabia se deveria falar ou esperar por ele, e não aguentou.
— Perdão, mas gostaria de saber sua decisão — disse encarando o senhor Olavo sem piscar. Diferente do que falara com o filho, o rosto do senhor Olavo ficou leve e suave, e sua fala saiu mansa e macia.
— Lucas eu decidi aceitar seu pedido proposto pelo meu filho.
David ao ouvir se levantou bruscamente. Olhou com fúria para o seu pai e depois abaixou seu olhar, saindo sem falar nada, ou simplesmente esperar por Lucas que ficou preocupado.
— Não se preocupe Lucas, ele nesse momento está se sentindo humilhado, mas logo o orgulho dele se inflamará tão forte quanto o fogo.
— Desculpe mais você não achou que pegou pesado em dizer aquilo para ele?
Olavo respondeu serenamente.
— Ele precisava saber que a sua atitude foi covarde.
Lucas ouviu e ficou inquieto com aquilo, e resolveu opinar.
— Não acho que foi covardia dele, Olavo — o sr. Odebrecht ergueu as sobrancelhas interessado na resposta de Lucas. — Às vezes reconhecer que precisamos de ajuda e pedir isso, é ao meu ver um ato de muita coragem, não acha?
O senhor Olavo maneou a cabeça de um lado a outro como se analisasse a sua resposta.
— Hum, até que sua visão não está nada equivocada Lucas.
Lucas encheu a boca de ar, erguendo a sobrancelha, e soltando o ar em seguida, sorriu para ele.
— Obrigado por respeitar minha opinião, ainda mais que não entendo nada ainda da vida.
O sr. Olavo se levantou, e Lucas seguiu seu exemplo. Deram-se um aperto de mãos.
— Não existe nada do que a vida não possa nos ensinar.
— Sim verdade — concordou Lucas. — Vivendo e aprendendo.
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O Filho da Babá
RomanceLucas é um jovem de 18 anos que mora com o pai, mas tem que passar as suas férias letivas na mansão dos patrões de sua mãe, que é a babá da filha caçula de 3 anos da família Odebrecht (sim a mesma família polêmica da corrupção) nisso Lucas sem alter...