Gabriel acordou primeiro ao ouvir a campainha do portão tocar incessantemente. Ainda na cama, de pijama, acordou Paulo que dormia um sono profundo, ao seu lado.
— Paulo acorda, vamos, acorde — Gabriel o sacudiu até ele resmungar ao seu lado.
— O que é... porra deixa eu dormir...
— Tem alguém lá fora, não está escutando a campainha?
Paulo se rendeu.
— Porra quem será a essas horas? — saiu da cama, afastando o lençol do corpo. Gabriel acendeu a luz do quarto.
— Cara veste um short! — pediu o amigo ao ver Paulo pelado.
— Eu vou vestir, calma, me deixa espiar pela janela pra ver quem são esses malucos!
Paulo caminhou até a janela do seu quarto, afastou as cortinas e espiou. De onde estava não conseguia visualizar quem era, mas precisava descer e ver quem era antes que acordasse a vizinhança toda.
— Vai atender? — Gabriel perguntou quando Paulo abriu a gaveta tirando um short, e vestiu.
— Preciso né antes que os vizinhos chamem a polícia — respondeu aborrecido. — Melhor você ir para o quarto de hóspede até saber de quem se trata, ok?
Gabriel suspirou, desanimado.
— Seus pais não são, então porque tenho que me esconder?
— Porra vai logo, não dificulta as coisas Gabriel.
— Tudo bem, já vou... — ele se rendeu e saiu da cama também nu, indo para o quarto de hóspede ao lado do quarto do amigo.
Paulo caminhou o corredor e desceu as escadas.
— Tomara que não seja a polícia novamente — murmurou, e ao abrir a porta, acendeu a luz de fora, iluminando até o portão. — Quem é?
Felipe olhou para David assim que foram atendidos.
— Finalmente cara, estava pensando em pular o portão! — disse Felipe segurando entre as grades de ferro. — Vai chega mais, abre o portão e deixe a gente entrar. David está comigo.
Paulo estranhou. Saiu lentamente, desacreditado.
— Mas o que significa isso? Felipe como você?...
— Vai abre logo o portão cara! — apressou Felipe.
Paulo ainda abobalhado ao espanto de ver Felipe ali, na calçada de sua casa, com David, voltou e apertou o botão de painel eletrônico ao lado da porta de sua casa, abrindo o portão onde os amigos entraram.
— Meu Deus o que vocês estão fazendo aqui? — Paulo estava estarrecido.
— É uma longa história Paulo — disse David, já dentro da sala de visita. — Você está sozinho não é?
Felipe sentou no sofá.
— Bem eu estou com o Gabriel... ele veio dormir aqui hoje... para saber de alguma notícia que aconteceu com — ele nervosamente olha para Felipe sem piscar.
— Sim eu também estou em choque sobre isso — complementou David.
— Paulo precisamos de sua ajuda — Felipe disse.
— Mas do que você está falando?
David ficou calado.
— Lucas pode estar em perigo.
— Lucas? O filho da babá?
Gabriel estava descendo as escadas. Vestia uma calça moletom e estava sem camisa.
— Paulo você está aí?
Os olhares dos três rapazes se viraram para Gabriel que apareceu em seu campo de visão.
— Olá Gabriel — Felipe sorriu, levantando a mão.
— Felipe?! — desceu mais rápido os degraus indo se ajuntar aos amigos na sala. — Mas você estava no hospital... e em coma!
— Bem estava, agora não mais.
— Mas o que você tem em mente Felipe? — dessa vez David perguntou, sem perder tempo.
— Parece loucura, mas eu pressinto que Lucas esteja em perigo pessoal.
— Lucas? O filho da babá? — Gabriel perguntou, e Paulo o fez sentar e escutar.
— Como soube disso, Felipe? — inqueriu David desconfiado. — Você estava inconsciente no hospital, não poderia saber, a não ser que alguém lhe contasse, mas se alguém lhe avisou, quem foi?
Os amigos olhavam para Felipe em silêncio, esperando uma resposta.
— Não faço a mínima ideia — respondeu Felipe, e passou as mãos entre seus cabelos. — Fui despertado por uma voz, é só o que me lembro, de uma voz que nunca ouvi antes, de que Lucas estava correndo risco de vida, e que precisava de ajuda rápido. Eu então acordei, sentindo estranhamente muito bem por sinal e fugi do hospital.
David ficou boquiaberto.
— Mas como assim uma voz?
Felipe deu de ombros.
— Não sei explicar.
— Será que você é sensitivo? — Felipe, David e Paulo olharam para Gabriel, que tentou explicar melhor. — Sim amigos, pessoas que tem algum dom sobrenatural, que pressente algo de ruim que está acontecendo com alguém próximo a ele, e sabe, consegue fazer coisas inexplicáveis para ajudar a pessoa que está em perigo.
Paulo começou a rir nervosamente.
— Esperem aí, tem uma coisa que não está batendo aqui. Se Felipe fosse algum tipo de bruxo, ou sei lá o que é isso que você está querendo dizer Gabriel, porque ele ia despertar de um coma para ajudar alguém que ele nem conhece direito, que é esse garoto, o filho da babá da irmã do David? Eles nem tem nenhuma afinidade!
David olhou sério para Felipe que o encarou.
Gabriel percebeu a tensão entre os olhares dos dois amigos, e cutucou o amigo Paulo.
— David eu vou contar — Felipe disse, fazendo David ficar visivelmente incomodado.
— Vai em frente.
— Do que é que vocês dois estão falando? — Paulo estava confuso, mas Gabriel nem tanto, apenas surpreso.
— Eu e o David ficamos com o Lucas.
Silêncio na sala.
— Como assim ficaram?
Gabriel respondeu ironicamente.
— Como assim, não entendeu o que ele disse? Eles se apaixonaram pelo mesmo garoto, o filho da babá.
Paulo caiu sentado.
— Vocês são gays?
David ficou vermelho de vergonha, e virou o rosto, mas Felipe sorriu.
— Não fique horrorizado Paulo, até parece que nunca aconteceu algo assim com você antes? — e deixou Paulo e Gabriel perturbados quando seu olhar piscou para ambos os dois.
— Bem, mas então o que você precisa afinal Felipe? — Paulo quis mudar o foco do assunto, depois de ver Gabriel ruborizado ao seu lado.
David mais relaxado prestava atenção agora ao amigo Felipe.
— Iremos salvar o Lucas.
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O Filho da Babá
RomantikLucas é um jovem de 18 anos que mora com o pai, mas tem que passar as suas férias letivas na mansão dos patrões de sua mãe, que é a babá da filha caçula de 3 anos da família Odebrecht (sim a mesma família polêmica da corrupção) nisso Lucas sem alter...