David, o impetuoso

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David empurrava a porta do banheiro para sair quando escutou um toque de celular vindo logo atrás, e parou olhando por cima do ombro.

— Cara que porra, desliga essa merda! — pediu o amigo para o ruivo, enquanto ele imobilizava os braços de Lucas para trás, machucando-o, e o outro já estava de calça e cueca descida a altura do joelho. Lucas estava horrorizado, chorava em silêncio, enquanto seus agressores o mantinham detido.

O toque ainda continuava, e o ruivo conseguiu tirá-lo do bolso e desliga-lo.

— Pronto — botou o celular novamente no bolso. — Espera, vamos filmar isso?

Lucas engoliu seco. Seria uma humilhação muito maior ainda, ter o vídeo divulgado pelas redes sociais a fora.

O moreno olhou absurdamente para o companheiro.

— Ficou louco seu retardado? Se gravar nossas caras e espalhar esse vídeo seremos pegos imbecil!

— Mas não vou gravar nossos rostos seu mané, só essa bichinha chupando e nós fodendo seu rabo — explicou, já pegando seu celular novamente do bolso e fuçando para começar a gravar.

— Por favor, deixe-me ir embora... eu juro que não falo a ninguém sobre isso... AÍ! — o seu dominador puxou seu cabelo para trás, o fazendo gemer alto e nisso a tranca da porta se soltou violentamente, fazendo a acertar em cheio a cara do ruivo que segurava o celular. A pancada foi em cheia que ele apagou na mesma hora, deixando cair seu celular dentro do vaso sanitário.

Lucas se assustou e o seu agressor olhou bruscamente para entender o que estava acontecendo, e não escapou de receber um chute frontal de David que estourou o nariz e a boca dele, que urrou se soltando de Lucas. David mais que depressa puxou Lucas para fora, que caiu de lado, que levantou em seguida olhando para trás, e vendo David socar o moreno com tantos socos que logo sua mão ficou toda banhada de sangue.

— Vou te matar seu merda! — David estava transformado em outra pessoa. Sua violência era sem limite, seu ódio estava fora de controle, se continuasse socando o rosto daquele rapaz que já estava inconsciente o mataria. Lucas pulou em cima de David, e tentou impedi-lo, mas parecia que estava tentando domar um touro descontrolado, e gritou.

— DAVID, POR FAVOR, PARE!

Seu pedido chegou aos tímpanos dos ouvidos surdos por causa do ódio e David pareceu sair do seu transe de raiva, e viu o rosto do cara totalmente transfigurado do que tinha sido antes.

Lucas aproveitou que ele relaxara os músculos e o puxou para fora, caindo por baixo dele. David rolou de lado, e se levantou pegando Lucas no colo.

— Lucas você está bem?

O garoto estava assustado, porem aliviado por David ter resgatado a tempo de acontecer o pior.

— Por favor, me coloque no chão, David, e vamos ir embora daqui.

David não acreditava que ele estaria bom para ficar em pé, e recusou.

— Você está ferido, vou te levar no colo, não se preocupe!

— As pessoas do cinema vão suspeitar e se alguém entrar aqui e vir essa cena vai chamar a polícia! — Lucas se agitou nos braços dele e David o desceu. — Obrigado por me salvar, mas agora temos que ir embora rápido.

David concordou, foi até a pia e lavou as mãos limpando do sangue do cara que ainda estava desacordado.

Lucas olhou para dentro do banheiro e sentiu arrepio do que viu. O seu agressor estava sangrando muito, acumulando uma poça de sangue ao seu redor.

— Vamos, ele não está morto, mas deveria, então vamos logo! — David avisou puxando Lucas pelo braço, saindo do banheiro, tentando não chamar muita atenção enquanto subiam o corredor entre as fileiras, deixando pra trás o filme. 

O Filho da BabáOnde histórias criam vida. Descubra agora