Quando chegaram à mansão, Lucas tentou entrar sem ser notado, o que foi impossível, porque assim que adentrou porta à dentro, a empregada Antônia o viu tentando passar desapercebido, e parou quando foi chamado por ela.
— Lucas o que houve, porque está tampando o rosto, meu querido?
David veio logo em seguida, distraindo a empregada.
— Antônia cadê o restante do pessoal? — Lucas aproveitou que ele ficara na frente dela e prosseguiu em direção as escadas, mas topou com o mordomo, mas diferente de Antônia ele se quer perguntou algo para o estranho comportamento dele.
— B-boa noite — Lucas cumprimentou passando por ele, às pressas, quase tropicando no degrau.
No corredor não foi diferente e a pessoa que estava vindo em sua direção era nada mais, nada menos que o senhor Olavo Odebrecht.
— Lucas você veio cedo, meu anjo! — ele estava com roupa de dormir e usava pantufas. Lucas não teria escolha, e tirou a mão do canto da boca assim que ele se aproximou dele. — O que houve com você? — viu o curativo e ficou assustado.
Para piorar a situação David apareceu, e caminhou até eles.
— Boa noite pai.
O senhor Olavo olhou de Lucas para David, querendo obter uma resposta ou tentar descobrir o que estava havendo entre os dois.
— Eu escorreguei no piso do shopping e cai de cara no chão — disse Lucas tentando ser o mais convincente possível.
— Você escorregou então? — ressaltou o senhor Olavo, estreitando os olhos, avaliando o comportamento de Lucas.
— É isso mesmo pai, e eu o socorri levando para a enfermaria do shopping, mas não foi nada grave, só um cortezinho — confirmou David, o que acabou despertando mais ainda a desconfiança do seu pai, que apenas balançou a cabeça.
— Que bom que não foi nada grave.
Lucas sorriu concordando.
— Sim, senhor, quero dizer, eu estou mesmo bem, só preciso deitar um pouco.
— Claro eu compreendo, bem, se precisar de qualquer coisa ou sentir algo, por favor, me chame, sim?
— Vou fazer isso — e abriu os braços para abraça-lo. — Muito obrigado e boa noite Olavo.
O senhor Odebrecht correspondeu o abraço e o beijou na testa.
— Durma bem Lucas, te amo.
David afastou de lado, e seu pai parou ao seu lado, estudando-o.
— O que foi? Vai querer um abraço também é? — riu ele, e o senhor Odebrecht abriu os seus braços. — Claro pai, boa noite — o abraçou.
— O que é isso na gola da sua camisa, filho? — ele pegou com a mão, puxando-a. — Sangue?
Lucas gelou, mas conseguiu inventar algo depressa.
— Foi quando ele me carregou no colo, sabe, meu sangue sujou um pouco da sua roupa.
David confirmou.
— Isso mesmo!
O seu pai fez de entendido, e pegou a mão de David, levantando-a.
— Hum porque sua mão está com essas pequenas escoriações? — olhou para Lucas automaticamente esperando a resposta que ele daria, mas ele ficou sem ter o que falar. — Pensei que ia responder sobre isso também, mas vejo que não sabe me explicar, ou sabe, mas não quer fazer...
Lucas olhou com medo para David e depois desviou o seu olhar.
— Pai não aconteceu nada demais, não se preocupe — disse David pousando a sua mão no ombro dele.
— Lucas não mente mais para mim — disse o senhor Olavo fazendo-o ficar branco quando ele se dirigiu a si — David te bateu?
— Pai, o senhor ficou louco? — protestou David abismado com a pergunta dele. — Jamais eu faria isso a Lucas, ele escorregou e eu prendi a mão na poltrona, foi isso.
Mas seu pai não parecia querer ouvi-lo, só esperava Lucas dizer.
— Eu... eu disse a verdade, eu escorreguei e David me ajudou... — disse, mas sua voz o denunciava que não estava sendo sincero.
O senhor Olavo olhou para ele sem piscar, e abaixou a cabeça desapontado.
— Tudo bem, se não querem ser honesto comigo, eu prefiro encerrar por aqui, boa noite para vocês dois — deu a volta e retornou para o seu quarto.
Lucas encostou-se à parede, apoiando nela. Estava visivelmente triste por ter mentido para o senhor Olavo que não somente estava desapontado com ele, como estava pensando que ele fora agredido por David!
— Relaxa Lucas, meu pai vai esquecer isso logo — David tentou tranquiliza-lo.
Lucas olhou para ele com raiva.
— Será que não entendeu o que o seu pai está pensando disso tudo, hem seu idiota?
David ficou ofendido pelo tom que Lucas o dirigiu.
— Precisa ser grosso comigo depois do que fiz para você, seu ingrato?
Lucas queria rir do que ele disse, mas se conteve.
— Ingrato eu? Você que está sendo um covarde, com medo de assumir seus atos e ficar de castigo... — respondeu, e no fim deu um risinho debochando dele.
— Vai se ferrar Lucas, se eu não tivesse chegado a tempo eles teriam virado o seu cu pelo avesso! — cuspiu as palavras na cara dele com tamanha rispidez, que não reparou no estrago que elas causaram em Lucas. — Nem adianta fazer essa cara, você pediu, e levou.
Lucas segurou o máximo que pôde as suas lágrimas, mas era difícil.
— David, me deixa em paz tudo bem? — as lágrimas escorreram novamente. — Não quero mais falar com você.
— Como você desejar! — respondeu se virando e indo para o seu quarto com raiva.
Lucas deslizou as costas na parede até se sentar no chão, e abraçou o joelho, apoiando a testa sobre eles e ficou por alguns minutos em silêncio, e se arrependeu de não ter pedido um calmante para o doutor.
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O Filho da Babá
RomanceLucas é um jovem de 18 anos que mora com o pai, mas tem que passar as suas férias letivas na mansão dos patrões de sua mãe, que é a babá da filha caçula de 3 anos da família Odebrecht (sim a mesma família polêmica da corrupção) nisso Lucas sem alter...