A decisão do Sr. Olavo Odebrecht

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David chegou à mansão e foi recebido por um dos empregados.

— Senhor David, o seu pai desejava muito falar com você, é urgente.

David estranhou, já estava preocupado por que não conseguia falar com Lucas no celular, e agora sentia que algo de ruim estava acontecendo. Imediatamente apressou seus passos e atravessou o jardim até a entrada da casa. Foi até a sala e encontrou sua família reunida ali, menos uma pessoa. Sua irmãzinha.

Ficou parado como esperasse a bomba, pois as expressões de cada um na sua frente eram péssimas. Seu coração batia mais forte a cada segundo que passava e o silêncio era aterrador.

— Pai... o que aconteceu?... — Balbuciou.

O senhor Olavo se aproximou e o abraçou forte. David ficou imóvel onde estava sem poder se mexer. Estava ficando perturbado demais para ter qualquer reação de movimento.

— Filho que bom que veio... que bom.

— Pai conte-me o que está acontecendo! — David se descontrolou e agarrou seus ombros com força.

Sua mãe chorava e era consolada por Melinda que estava bastante arrasada.

— David, sente-se por favor.

— Não quero! — recusou. — Me conte logo! Eu quero saber!

O seu pai respirou fundo, e tirou do bolso uma carta e o entregou. David pegou e começou a ler, a medida que lia seu semblante se levantava, até terminar com um olhar terrivelmente abalado e recuou de passos para trás, sentando no sofá.

— Isso... isso não pode ser verdade... não pode... eu não quero acreditar que Camila fosse capaz de fazer isso... não... — murmurava mais para si do que para os outros.

— Filho, o senhor Alfredo foi morto — revelou seu pai, mas David pouco nutriu a informação, apenas olhou para ele, e abaixou seu olhar para os pés. Seu pensamento estava longe dali. Sua irmãzinha havia sido raptada a mando de sua ex namorada, Camila, e não sabia quem estaria ajudando-a nesse ato tão monstruoso, e também a difícil proposta que Camila oferecera, uma troca de Lucas pela Ana Clara, sua irmã.

Longe dali Lucas percebeu que o carro parou e os homens se levantaram quando a porta do carro se abriu.

— Vamos garoto, pule para fora — um deles ordenou e Lucas sem escolha saiu, e tentou olhar o máximo do lugar onde estava, mas não adiantou muito, porque um outro homem por trás, pôs em sua cabeça um capuz. — Se remover vai perder os olhos, está me ouvindo?

Lucas não podia ver nada, mas concordou diante da ameaça.

— T-Tudo bem... só não me machuquem, por favor — pediu e ao mesmo tempo sentiu uma mão empurrando ele para frente, e com medo começou a caminhar as cegas, até sentir uma mão segurando seu braço, e orientando-o.

— Não se preocupe se fizer o que pedimos vai ficar bem — ouviu a voz daquele que fingira ser um mendigo, e Lucas sabia que de todos eles, ele era o que mais parecia ser "gentil".

Lucas só podia torcer que nada de ruim lhe acontecesse, mesmo não sabendo que sua vida estava em grande perigo.

Na mansão Odebrecht, pai e filho discutiam.

— David nós temos que fazer isso! — insistiu seu pai, o senhor Olavo Odebrecht, mas David estava confuso e relutante em relação ao plano dele. Amava sua irmã e queria seu bem, mas arriscar a vida de Lucas, seu amor era uma ideia que ele não queria pensar e concordar. Olhava seu pai, sua mãe e a babá entristecidos. Se afastou um pouco, de costas e virou abruptamente furioso para a senhora Melinda.

— E a senhora concorda com tudo isso? — se dirigiu a ela de tal maneira que não conseguia controlar sua raiva em vê-la submissa ao plano de seu pai. — Ele é teu filho... SEU FILHO!

Melinda balançou a cabeça para ele, lentamente, e sustentou o seu olhar arrasado para David.

— Ele é meu filho... mas a Ana Clara também é.

O casal Odebrecht a olharam, e David ficou incrédulo, ao vê-la fazer uma escolha entre a vida de seu filho legitimo, o Lucas, com a sua irmã, a garotinha que a babá amava e considerava como se fosse sua filha.

— Filho sei que a decisão é muito arrasadora, mas o que podemos fazer? — perguntou sua mãe.

David queria gritar, correr, destruir tudo a sua frente, pois não sabia o que decidir. Amava sua irmã, inocente nas mãos da víbora da sua ex namorada, que queria se vingar, e para isso, destruir Lucas. Por outro lado, Lucas o tinha transformado e mostrado o lado mais puro do amor, a sua verdadeira razão de viver.

— Eu... eu não posso... — David caiu de joelhos, enterrando o rosto entre os joelhos, e fechando os punhos com força. — Desculpe-me... mas eu não posso fazer isso...

O senhor Olavo se retirou da sala.

David se levantou e foi para o seu quarto. Precisava pensar sozinho em algo, mas não tinha ideia por onde começar e sabia que o tempo estava se esgotando.

No escritório, o senhor Odebrecht estava impaciente. Sabia que David não iria aceitar, devido o seu amor imenso por Lucas. Amor esse que ajudou a construir, e agora teria que destruir.

Um sacrifício que sabia que cedo ou tarde teria que realizar. Lucas era a peça central de seu plano, que vinha desde o nascimento de Ana Clara planejando, e articulando com toda precisão e calma.

Eliminar as pessoas que se opuseram no seu caminho não foi fácil, mas foi necessário, e agora seu filho estava se opondo. Ele sabia que Lucas teria que morrer, esperava que fosse por suas mãos, pelo menos ele não sofreria tanto, mas Camila iria fazê-lo sofrer antes de ceifar sua vida.

Mas a vida de Lucas seria oferecida ao seu deus, ao Senhor da Luz, em troca ele reconstituiria a saúde de Ana Clara, sua filha, e ela seria normal como qualquer outra garotinha.

Melinda sabia desde o começo que seria assim, e entendia o quão difícil foi para ela aceitar, mas uma mãe sempre optaria pelo filho mais frágil, mesmo não tendo concebido, mas se Ana Clara estava viva era graças a ela... graças a seu óvulo doado. Era uma escolha de Sofia.

O senhor Olavo pegou o celular e discou para o número deixado na carta.

— Eu tenho o Lucas — disse quando Camila atendeu.

— Ótimo — respondeu Camila. — Se eu perceber que a polícia está envolvida...

— Não comuniquei com a polícia, não se preocupe.

— Então amanhã às 19:30 no endereço combinado faremos a troca.

Olavo desligou.

No hospital da cidade Felipe estava inconsciente, até que uma voz soou em seus ouvidos, despertando seus sentidos e ele despertou.


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O que significa a expressão popular "A escolha de Sofia"?

  "A escolha de Sofia" se refere a uma situação em que uma pessoa é obrigada a tomar uma decisão difícil, que implica enorme sacrifício pessoal, A expressão deriva de um filme do mesmo nome de 1982, com Meryl Streep. Sofia, uma polonesa que, sob acusação de contrabando, é presa com seus dois filhos pequenos, um menino e uma menina, no campo de concentração de Auschwitz durante a II Guerra. Um sádico oficial nazista dá a ela a opção de salvar apenas uma das crianças da execução, ou ambas morrerão, obrigando-a à terrível decisão.  (Fonte/Yahoo Respostas)

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