A perseguição

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Olavo Odebrecht estava sendo algemado quando sua esposa, avisada por Melinda, veio às pressas ao encontro do marido, e desesperada tentava livrar o companheiro dos policiais.

— Vocês não podem prendê-lo! Essa é a nossa casa!

Melinda tentava afastar a sua patroa de perto dos policiais, que barrava ela de se aproximar de Olavo.

— Melinda, por favor, leve a minha esposa para o quarto, e ligue para o meu advogado ele saberá o que fazer! — o instruiu ao ser levado pelos policiais.

O delegado ficou encarando-as em silêncio e depois sem nada do que fazer ali, pediu licença e se retirou.

Os empregados estavam confusos e assustados com o que tinha acontecido. Antônia chorava sentada no sofá, sendo consolada por sua amiga Sonia.

— Vou ser despedida, tenho certeza!

— Calma amiga, você não sabia, não fez por mal... tudo vai acabar bem.

— O patrão vai ser preso... é tudo minha culpa.

Melinda conseguiu convencer Maria Lurdes a subir pro seu quarto enquanto tomava as seguintes medidas.

— Senhora não se preocupe, esse delegado não poderá manter o senhor Olavo na cadeia, não pelos contatos importantes que ele tem.

Maria Lurdes entendera o que Melinda quisera dizer.

— Espero que sim Melinda, espero que sim.

David estava escondido entre as árvores do fundo de uma mansão, a dois quarteirões de sua residência, e procurava um jeito de escapar do condomínio sem ser visto pelo porteiro da guarita, que a essa hora já podia ter recebido informação do delegado para não deixar que saísse... ou talvez não... mas não queria arriscar. Escondido atrás de uma árvore, se afastou mais para o fundo, e lembrou que havia uma passagem entre as grades de uma tubulação de escorrimento de água para fora do muro alto e cercado. Ele e seus amigos a usaram pouco quando o senhor Olavo o proibia de sair do condomínio, quando aprontava, e sempre usava aquela alternativa de fuga. Correu mais uns 100 metros rente ao muro pouco iluminado. Usou a lanterna do seu celular para enxergar o restante do caminho. Para sua sorte o arbusto cresceu alto, sobre a entrada da passagem, dificultando que fosse achado facilmente pelos outros. Adentrou com muito cuidado, arranhando a pele com os galhos secos e pontudos, mas conseguiu chegar até as barras de ferro, onde havia uma falha entre as barras, podendo exprimir seu corpo entre elas, e abaixado dentro do tubo de cimento, caminhou para fora. Estava dando tudo certo, embora a preocupação aumentava a medida que o seu tempo ia passando, porque não podia permitir que seus pais e a babá Melinda fizesse a troca de Lucas por sua irmãzinha Ana Clara... não se perdoaria se algo de ruim acontecesse aos dois.

Camila havia amarrado Ana Clara na cama, e amordaçado a sua boquinha, e Hélio perguntava se aquilo era mesmo necessário, já que a Ana Clara era apenas uma garotinha pequena e inofensiva.

— Precisa fazer tudo isso, ela é apenas uma menininha Camila.

— Está com dó da pirralha, é? — zombou. — Assim evitamos que ela escape ou que grite, apesar de não falar, ela ainda pode gritar ou morder, essa ratinha.

Ana Clara olhava com seus olhinhos arregalados para a jovem em pé ao lado da cama de casal.

— Droga, isso está ficando bastante perigoso! — Hélio estava ficando nervoso, como se quisesse voltar atrás, mas Camila percebendo sua intenção o abraçou pela cintura, colando ao seu corpo, e empurrando para o banheiro mais ao lado.

O Filho da BabáOnde histórias criam vida. Descubra agora