Pensamentos duvidosos

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Lucas Muniz estava pensativo em sua cama, depois que não resistiu à tentação de David e permitiu o beijo dele no meio da sala de visitas. Achou muito imprudente de sua parte ceder e para ser franco, arriscado demais em ser flagrado por alguém, e depois como iria explicar o que houve ali?

David Odebrecht era muito gato, isso Lucas sabia, mas não era movido de interesses por beleza. Ele só queria ser amado, sentir importante na vida de outro, e o que David representava para ele naquele momento?

Acabara de conhecê-lo, e por sinal ele declarava amores a Camila, que era chata e insuportável cuja presença não causava importância à ninguém, pelo menos a maioria dos que moravam naquela imensa casa não sentia nada por ela, exceto David que parecia fisgado por ela, e não entendia porque de uma hora a outra quisera beijá-lo.

Rolou na cama, abraçando o confortável travesseiro. O senhor Olavo tinha um comportamento totalmente diferente, era atencioso e prestativo, mas em nenhum dado momento se quer deu a entender que queria abraça-lo ou muito menos em beijá-lo, o que não foi o caso de David, que ficou testando-o, provocando, incitando-o até que conseguiu o que queria.

David Odebrecht era lindo. Seu corpo sarado e seu sorriso safado deixava-o as vezes perdido em pensamentos nada inocentes. Mas até onde aquilo iria parar? Seria o beijo apenas uma brincadeira? Algo que ele esqueceria quando estivesse nos beijos e abraços com Camila?

Lucas estava se sentindo usado. David era oportunista. Conseguira tirar dele uma chance de reconciliar com seu pai e ter a restrição dos amigos perdoada e depois que conseguisse o que queria deixá-lo-ia de lado, feito um fantasma pelos corredores a vagar solitariamente, enquanto se divertiria rindo com os seus amigos.

Mas por outro lado David poderia estar querendo algo com ele... o beijo não foi algo simples, pois Lucas sentiu desejo ali, vontade, consumo, e não achou que David esqueceria facilmente do que provou. Teria sede novamente, e ia encontrar outras oportunidades de voltar à fonte.

Mas e se realmente voltasse? Permitiria ceder à tentação de se entregar aquele sentimento arrebatador e proibido? Proibido por ele ser de outra, por estar com Camila e ao mesmo tempo querendo ficar com ele. Não era justo para ambas as partes. Traição era um sentimento que deixava ele nauseado.

Socou o travesseiro, mas era inútil descontar sua raiva e seu repentino arrependimento por deixar as coisas caminharem naquela direção. O que havia acontecido havia acontecido, e agora só restava seguir em frente, e decidir se aquilo morreria ali ou se continuaria até não conseguir mais se controlar e fazer o que David quisesse com ele.

O Filho da BabáOnde histórias criam vida. Descubra agora