Me desculpe

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Lucas e o senhor Olavo chegaram à mansão bastante exausto.

— Precisamos nos refrescar, que tal mergulhar na piscina? — sugeriu Olavo.

— Eu não sei nadar — disse Lucas.

— Ela não é funda, você pode ao menos fazer companhia a mim.

— Claro, será um prazer — Lucas respondeu.

— Vamos pegar uma sunga e nos encontrar na piscina, então.

Lucas subiu as escadas, atravessou o corredor e adentrou no seu quarto. Ao virar tomou um susto repentino, porem não gritou. O jovem David estava sentado na sua cama.

— Bom dia — disse ele ao Lucas que o fitava, ainda com a mão na maçaneta da porta. — Eu não quero que se assuste, por favor, estou aqui para me desculpar...

Lucas o olhava bem, e respondeu.

— Não precisa se desculpar por pressão, eu estou bem agora, o importante é que você e seus amigos conseguiram o que queriam.

David se levantou, com a mão estendida para ele.

— Calma, não é por aí... eu e meus amigos estamos arrependidos... eu sei que fomos longe demais.

Lucas revirou os olhos.

— Por favor, não precisa defender seus amigos para mim, alias, eu não necessito de suas desculpas, mas aviso que me deixem em paz — pediu Lucas. — Alias, será por apenas umas semanas, então acho que dá pra você e seus amigos fingirem que não estou aqui, é pedir muito?

David levou as mãos atrás da cabeça, fazendo uma cara de preocupado.

— Você está dificultando as coisas e eu querendo solucioná-las.

Lucas começou a andar em direção ao guarda roupa, e se ajoelhou, abrindo a gaveta, tirou uma sunga preta.

— Eu não quero que solucione nada, apenas faça o que pedi, não vai custar nada, e ambos sairemos ganhando.

— Eu sou o único que estou perdendo aqui! — esbravejou David e Lucas olhou para ele sério. — Você não está entendendo a situação em que me encontro, e por isso está fazendo pouco caso de mim! Eu estou aqui não estou? Estou pedindo desculpas a você, porque não aceita?

Lucas se levantou.

— Se quer ouvir da minha boca que eu te desculpe, beleza, eu falo, e aí você pode fingir aceitar e me ignorar?

David ficou irritado, sapateando de raiva.

— Vai se foder cara, eu... nossa que vontade de bater em você!

Lucas não recuou quando ele disse e avançou em sua direção com o braço levantando e o punho fechado.

— Vamos o que espera? — desafiou Lucas, e David recuou, olhando para o teto, e de braços abertos, murmurando.

— Meu Deus me dê paciência... me dê paciência... — e virou para Lucas. — Você é um filho da puta.

Lucas sorriu, levantando o dedo.

— Não, para você sou apenas o filho da babá — corrigiu, e saiu deixando David em seu quarto frustrado. 

O Filho da BabáOnde histórias criam vida. Descubra agora