Lucas abriu a porta, e a empurrou lentamente, fazendo um ruído sinistro. Tinha um pequeno hall antes de iniciar um lance de degraus em formato de espiral. Estava um pouco escuro, e ele encontrou na parede ao lado o interruptor e acendeu a luz que clareou a escadaria abaixo. Apoiou-se no corrimão e começou a descer degrau por degrau. Estava sentindo apreensivo, com medo, e ansioso para descobrir onde David e Camila estavam e por fim na brincadeira.
Estava nervoso porque acreditava que Camila e ele estavam juntos, e não sabia controlar o nervosismo, e a decepção. Eles haviam sido avisados pra não se esconderem no mesmo lugar, e agora encontrariam os dois lado a lado, talvez abraçados, ou até mesmo fazendo amor só para deixa-lo constrangido e sem graça.
— Estou descendo — avisou em voz alta para caso eles estivessem juntos se agarrando para que se separassem. — Só faltam vocês para acabar a brincadeira.
O silêncio era mórbido à medida que ele terminava de descer. Em fim ele avistou o que era mais que um armazém. Havia uma adega, quadros grandes nas paredes, e uma prateleira de livros que cobria toda parte de uma parede, indo do chão ao teto. Sofás e um grande piano logo à esquerda, quando ele deslizou pelo corredor de outros móveis bem organizados e limpos.
Seu olhar atencioso corria por cada canto para avistá-los. Lucas andou nas pontas dos pés, e pulou de lado de um armário, mas não havia nenhum deles ali.
Caminhou em direção a uma cortina que separava um espaço do outro. Pressentiu que um deles estivesse ali. Respirou fundo, e correu atravessando a cortina e se chocou contra uma parede, sentindo o impacto forte caiu para trás. Sua visão se enturvou antes de perder os sentidos.
Recobrou os sentidos e percebeu que estava numa cama. Sentia dores na testa e ao passar a mão sobre ela viu que havia um curativo. Apoiou-se nos cotovelos e encostou às costas na cabeceira da cama, e estava sem os tênis, só de meias.
Olhou a sua volta. O ambiente não parecia um quarto completo. Era pequeno, com espaço de uma cama e um pequeno guarda-roupa de duas portas e um espelho frontal. Uma janelinha oval com o vitro aberta meia banda.
Sentado na cama não entendia como fora parar ali, e lembrou que havia batido numa coisa dura quando atravessou correndo a cortina... Arrependera-se da atitude idiota de correr sem conhecer o ambiente, mas agora que estava bem, ele só queria descobrir onde estava e o mais importante, quem o trouxera até ali.
De repente se encolheu ao ouvir um ruído de passos pesados se aproximando, mas onde? Não havia nenhuma porta, o que era mais confuso... e se assustou quando a porta do guarda roupa se abriu.
— Se assustou? — indagou David pondo a cabeça encurvada para o lado de fora. Lucas olhou surpreso.
— Ma-mas o que significa isso?
David agora saíra de dentro do guarda roupa.
— Desculpe vou explicar — e sentou na beira da cama. Lucas estranhava seu jeito.
— Por favor, explique-se, eu não estou entendendo nada.
— Você estava me procurando certo?
Lucas revirou os olhos.
— É obvio que eu estava.
David riu.
— E acabou que quem acabou te encontrando fui eu.
— É... mais porque me trouxe aqui? Alias que lugar é esse afinal?
— É uma passagem secreta, eu vinha aqui quando era criança e até uma parte da minha adolescência, e depois nunca mais tive motivos de vir aqui.
Lucas ouvia com atenção.
— Você estava escondido aqui?
— Na verdade não, estava no quartinho debaixo da escada — explicou. — Ouvi seus passos e quando se anunciou em voz alta. Quando desceu, fui espionando você, até que vi caindo após dar de cara com a parede.
Lucas ficou corado de vergonha.
— Foi estupidez da minha parte...
— Com certeza — concordou David com um sorriso de quem queria rir muito, mais se segurava.
— Mas tudo bem, o que não entendo é porque me trouxe aqui no seu esconderijo secreto.
David olhou para Lucas sorrindo de um jeito diferente, e começou a engatinhar sobre a cama, deixando Lucas perplexo.
— Vou te contar de um jeito diferente... — agarrou os tornozelos de Lucas e os puxou, fazendo-o deitar completamente na cama, e sem entender o que estava acontecendo viu David se aproximar por cima dele.
— O-o que está fazendo?... — Lucas tentou sair, mas teve os braços imobilizados pelas mãos de David. — David o que significa isso, por favor, o que está fazendo?
David não respondeu, e foi abaixando a sua cabeça, seus lábios se aproximando de Lucas lentamente...
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O Filho da Babá
RomanceLucas é um jovem de 18 anos que mora com o pai, mas tem que passar as suas férias letivas na mansão dos patrões de sua mãe, que é a babá da filha caçula de 3 anos da família Odebrecht (sim a mesma família polêmica da corrupção) nisso Lucas sem alter...