Capítulo 9.

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REVISADO

– Continuação.

Maria: tudo bem, eu aceito, mas preciso falar com minha mãe.

Abraham: okay! Fico muito feliz que tenha aceitado, não vejo a hora de ver você, meu anjo.

Maria: eu também, Abraham. Você não imagina o quanto eu quero te abraçar. Não quero autógrafo ou foto, quero apenas poder sentir o calor dos teus braços... –falei de olhos fechados imaginando como seria.–

Abraham: digo o mesmo. –pude ouvi-lo sorrir.–

Maria: mas e se minha mãe não deixar?

Abraham: ela vai deixar sim, caso contrário... eu mesmo vou aí pedir a ela.

Maria: não, não, que isso! Você acha mesmo que eu deixaria você perder seu tempo com isso? De jeito nenhum.

Abraham: garota, não percebeu ainda que você é uma das minhas prioridades agora?

Maria: não fale isso, eu tenho vergonha...

Abraham: por quê? Dizer que você é importante te deixa envergonhada?

Maria: não é isso, é que... sei lá. Eu não sou uma pessoa digna de ser importante pra alguém. Eu sou só... –suspirei pesadamente antes de prosseguir.– ... eu.

Abraham: e é por isso que eu te admiro, Maria, por você ser exatamente você mesma... posso te pedir uma coisa?

Maria: uhum. –murmurei corada.–

Podia sentir o acúmulo de sangue nas minhas bochechas sempre que ele resolvia me fazer um elogio – o que ultimamente tinha se tornado um costume de sua parte. Não que eu não gostasse, mas é que minha cabeça não conseguia assimilar que o meu ídolo me achava alguém interessante –, mesmo em tão pouco tempo, ele não perdia a oportunidade de dizer o quanto gostava da minha companhia e isso era, definitivamente, a coisa mais incrível que eu já ouvira.

Abraham: eu queria saber o que você pensa.

Maria: como assim?

Abraham: sabe... o que você pensa das coisas à sua volta, o que você pensa de mim.

Maria: mas... –iniciei, mas silenciei assim que ele me interrompeu.–

Abraham: eu só sei que você admira meu trabalho e que você é minha fã. E claro, que você é uma pessoa fascinante, mas já conversamos sobre as mais variadas coisas e eu nunca pude saber o que você acha de mim de verdade.

Maria: eu sou sua fã, Abraham, você sabe o que acho.

Abraham: não, não sei. Você nunca me disse como se sente em relação a mim.

Maria: eu tenho vergonha de falar dessas coisas.

Abraham: eu entendo. –ele falou calmo.– Mas é que por mais que a gente tenha longas e longas conversas, você é super retraída quando se trata de si mesma.

Maria: Abraham, eu...

Abraham: me deixa entrar no teu coração, Maria... não como um cantor, não como um ídolo, mas como alguém que...

Maria: que...? –pude ouvi-lo respirar fundo antes de prosseguir.–

Abraham: alguém que está completamente envolvido por você...

Maria: não, isso... isso não é possível.

Abraham: me diga o porquê.

Maria: porque você não pode gostar de mim, eu sou só... uma... uma fã. –falei perplexa.–

Abraham: então me mostre quem você é além disso... porque garota, eu estou muito interessado em você.

Maria: não, isso é impossível. –sorri incrédula.– Passamos muito tempo pendurados nesse telefone, você já tá falando coisa com coisa. Acho melhor eu deslig...

Abraham: estás tão sem autoestima hoje. Sério, me diga o que aconteceu.

Maria: nada.

Abraham: Maria...

Maria: sabe... até uns meses atrás eu... –meus olhos se encheram de lágrimas e minha voz falhou.– Eu... te amava apenas como uma fã, mas agora... agora eu não sei, eu... eu estou cansada... todos me cobram, minha mãe também, diz que essa minha paixão por você tem que ter um fim porque você é inalcançável e eu tenho que gostar de um garoto que eu tenha acesso, mas todos os garotos à minha volta não me interessam porque nenhum deles me encanta como você, e não era pra ser assim... –não pude controlar o choro, eu estava a soluçar e tropeçar nas minhas próprias palavras.– Eu te amo muito, Abraham, eu não sei explicar como isso aconteceu, mas não podia ter acontecido porque não existe e nem nunca vai existir eu e você na mesma frase.

Desliguei sem ao menos me despedir.

Eu não sabia o que estava acontecendo comigo. Minha vida tinha mudado da água para o vinho nessas últimas semanas e embora eu estivesse completamente feliz por tê-lo agora em minha vida, eu estava extremamente triste porque eu havia me apaixonado por ele, e mesmo que ele tenha dito que estava interessado, obviamente estava totalmente equivocado. Não, não é possível. É loucura! Quem sou eu para alguém como ele estar "envolvido por mim"? Não e não! Jamais.

Minha mente estava, definitivamente, muito confusa, porém, ainda assim minha única certeza naquele momento era de que o que eu estava sentindo era diferente, intenso e eu nunca... nunca... tinha sentido isso por ninguém antes.

Insta Direct || Abraham MateoOnde histórias criam vida. Descubra agora