Insta Direct || Abraham Mateo

Capítulo 18.

REVISADO

Maria: por mim tudo bem, se não for atrapalhar.

Abraham: e desde quando você atrapalha, princesa? –ouvi sua risada.– Então, estamos indo te buscar...

Maria: eu preciso mandar o endereço?

Abraham: não, a Manoela disse que sabe direitinho como chegar aí. Se lembra dela?

Maria: lembro sim. –sorri.– Esse é o nome dela? Eu estava tão afobada em encontrar você que nem sequer perguntei o nome dela. –o ouvi gargalhar.–

Abraham: eu sabia que te deixava desnorteada, mas não sabia que era tanto... –falou num tom brincalhão.–

Maria: como você se acha. –brinquei.–

Abraham: não me acho, eu sou! –ouvi sua risada.– Preciso desligar agora, babe. Beijo. Eu amo você.

Maria: também amo você.

§ §

Voltei para a sala e mal pude conter minha euforia, minha mãe já foi logo me perguntando o motivo do meu sorriso estampado no rosto.

Sandra: por esse sorrisinho aí, deduzo que tenha sido o Abraham... –ela sorriu.–

Maria: você não estava dormindo? –cruzei os braços a zoando.–

Sandra: falou corretamente, estava, meu bem. Agora pode ir contando logo o motivo dessa felicidade toda, mocinha...

Maria: o Abe perguntou se eu poderia acompanhá-lo numa entrevista...

Sandra: e... ? –insistiu para que eu continuasse.–

Maria: e me convidou pra sair. Nosso primeiro passeio juntos! –sorri largo.–

Sandra: ele está vindo te buscar?

Maria: sim, preciso me arrumar. Pode me ajudar? Eu não faço ideia do que vestir. –falei nervosa.–

***

Dei uma última olhada no espelho e me senti contente com a imagem que vi no espelho, minha mãe havia feito um ótimo trabalho. Não foi nada demais, nenhuma produção exagerada, mas eu estava me sentindo confortável. Pus uma roupa casual, porém mais arrumadinha e minha querida maquiadora – vulgo, minha mãe – fez uma maquiagem leve, só para eu não sair de cara lavada mesmo. Era uma make simples, no entanto, realçava meus olhos. Adorava quando a deixava me arrumar, entretanto, eram poucas as vezes que ela conseguia me driblar, eu não tinha a mínima paciência para tal ato. Meus olhos sempre ardiam e eu ficava extremamente incomodada com aquela porcaria de lápis ou rímel que ela insistia em passar em mim, mas o resultado fora realmente satisfatório.

Sandra: minha menininha está crescendo... –pude ouvi-la falar e fungar atrás de mim, olhando meu reflexo no espelho.–

Maria: mãe! –revirei os olhos.–

Sandra: que é? É um momento marcante pra uma mãe, é a primeira vez que você vai sair com um garoto...

Maria: não, nem começa. Você sabe que me sinto constrangida com esses assuntos... –choraminguei.–

Ouvi uma buzina e agradeci mentalmente por terem chegado e me tirado de uma tremenda saia justa. Falar sobre garotos e questões do coração, seja lá para quem fosse, não era um dos meus conteúdos favoritos. Na verdade, era algo que estava totalmente ausente da minha lista de assuntos "conversáveis".

Minha mãe tratou de ir logo na frente para recebê-los. Peguei minha bolsa, colocando o celular dentro da mesma apressadamente e fui em direção à sala. Susana, Tony, Manoela e mais duas pessoas que eu apenas tinha visto no backstage do concerto, estavam sentados no sofá. Abraham estava um pouco mais afastado deles, com seu celular em mãos e um semblante de irritação, mas sua fisionomia se desfez rapidamente assim que percebeu minha presença, e então, com um sorriso de lado a lado no rosto, ele veio até mim, me abraçando apertado e depositando um beijo em minha testa.

Abraham: como estás?

Maria: bem... bem nervosa. –sorri.–

Abraham: por quê?

Maria: é nosso primeiro passeio juntos, sei lá, é como se eu... –tratei de encher meus pulmões para prosseguir, na tentativa de ficar um pouco mais calma.– Como se eu tivesse num sonho e minha mãe fosse me acordar daqui a pouco. –sorri.–

Abraham: então eu também estou sonhando. –ele sorriu.– E se for mesmo um sonho, eu só tenho a desejar que ele dure pra sempre!

Maria: não existe pra sempre no mundo em que vivemos.

Abraham: então precisamos arrumar as malas e partir à procura de outro mundo, o "nosso" mundo. Porque nele, meu amor por você durará muito mais que esse "pra sempre" que as pessoas conhecem... –ele falou acariciando meu rosto e meus olhos ficaram marejados.–

Maria: that's for all time...

Abraham: that's for all time... –ele entrelaçou nossas mãos.–

Tony: e então... acabou esse momento cute cute aí? Precisamos ir, casalzinho. –rimos e nos juntamos a eles. Eu, claro, quase me enterrei nos braços do Abe de tanta vergonha.–

Susana: bem, vamos então? Foi um prazer revê-la, Sandra. Traremos a Maria cedo e pode deixar que eu tomo conta dos dois. –ela falou sorrindo.–

Sandra: o prazer é todo meu! –minha mãe se despediu dela com dois beijinhos no rosto.– E cuide mesmo do meu tesouro porque eu só tenho esse.

Maria: mãe! –revirei os olhos e todos riram.–

Abraham: tchau, dona Sandra! –a abraçou.–

***

Entramos na van e partimos a caminho da rádio em que o Abraham concederia a entrevista. O percurso foi bem tranquilo e rápido, o trânsito não estava caótico, e mesmo se estivesse, eu não me importaria de passar horas presa em algum engarrafamento, os braços do meu amor ao redor da minha cintura me faziam esquecer qualquer problema. Ao chegar no local, havia uma grande quantidade de fãs na frente e assim que perceberam a presença do veículo, trataram de bater no vidro e tentar a todo custo ter acesso ao Abe, no entanto, os seguranças as afastaram para o próprio bem-estar delas.

Maria: você não vai falar com elas?

Abraham: claro que vou, mas só no final. –ele deu um sorrisinho.– Eu adoro essa sua preocupação com as minhas fãs...

Maria: é meu dever... são minhas irmãs! –sorrimos.–

Abraham acenou para as garotas e garotos assim que saiu da van, entrando no prédio logo em seguida. Eu preferi ficar ao lado do Tony e da Susana para não levantar possíveis suspeitas da nossa relação. Ficaria na minha até o Abe se pronunciar, se ele o fizesse, é claro. Tinha medo da reação das fãs se soubessem do meu envolvimento com ele. Eu, mais do que ninguém, sabia exatamente como era estar na pele delas, afinal, eu também já fui uma simples abrahamer meses atrás. Na entrevista, estava a ir tudo bem, ele cantou e por fim estava a responder perguntas tanto dos fãs quanto da equipe da rádio... e uma pergunta surgiu fazendo meu coração acelerar.

Xxxx: estás namorando?

Olhei o Abe, já temendo sua resposta. Nós não estávamos namorando, ele não tinha me feito o pedido, estávamos apenas "juntos", mas eu deveria considerar como um sim?

Talvez não.