Maria: como assim? –o encarei perplexa.–
Abraham: leva ela pra longe daqui Andrés, por favor. –falou, ignorando-me.– Creio que não será nenhum incômodo, não é? –ironizou.–
Andrés: vem Maria... –disse me puxando, já que suas mãos ainda estavam a segurar meus braços, mas não de forma bruta.–
Maria: me solta. –disse fria e aparentemente calma, desvencilhando-me de seus braços.– Eu saio com o maior prazer. –dei uma última olhada na direção do Abraham, fuzilando-o com os olhos e então saí do camarim tentando me manter firme.–
Ao cruzar a porta, alguns passos depois, senti meu corpo pesar. Meus olhos estavam marejados, tornando minha visão embaçada. Apoiei-me na parede ao meu lado e chorei, chorei muito, deixei que as lágrimas caíssem sem hesitação, sem me preocupar se tinha alguém a me olhar, e desejei odiar aqueles dois, os dois. Mas só consegui me odiar. Odiei-me por ser tão idiota de ter tentado enfrentá-la. Eu já deveria saber que perderia. Aquela garota era graduada e pós graduada em fazer a cabeça das pessoas, em ser falsa e envolver quem quer que fosse em suas mentiras bem elaboradas. É óbvio que ele ficaria do lado dela. Deveria ter caído fora antes, eu já premeditava que isso pudesse acontecer, mas eu o amava tanto que não pensava em mais nada que não fosse nós dois juntos, enfrentaria o mundo inteiro e não daria ouvidos a absolutamente ninguém que me dissesse para ficar longe dele. Conseguiria ultrapassar e vencer todos os obstáculos contanto que ele estivesse a segurar minha mão, na minha cabeça tudo ficaria bem e eu seria capaz de ganhar qualquer batalha. Porém ele havia soltado minha mão na primeira oportunidade, na primeira crise de ciúme, de forma tão rápida que eu não me dei conta a princípio e não me permiti acreditar. Devo ter perdido as contas de quantas vezes senti ciúmes dele, mas eu nunca, nunca, expus ele ao ridículo como ele fez comigo hoje. Acho que o que mais me fazia sentir destroçada por dentro era o fato de que eu tinha plena consciência, bem lá no fundo eu sabia, que estava completamente certa. Embora violência não fosse a melhor forma de se resolver as coisas, numa situação como aquela e eu como uma humana, era até compreensível.
Andrés: Maria! –exclamou.– Você tá bem? –perguntou, agachando-se ao meu lado.–
Olhei-o quase suplicando para que ele me tirasse dali, porque se dependesse de mim, eu não conseguiria levantar nem tão cedo.
Andrés: vem! Eu te levo pra o hotel. –abraçou-me, puxando meu corpo mais para si, ajudando-me a levantar.–
*
Maria: eu nunca fui tão humilhada em toda a minha vida... –disse fungando, tentando controlar as lágrimas que ainda insistiam em cair sem parar.–
Andrés: eu ainda não entendi. O que foi que aconteceu lá? –perguntou enquanto dirigia, intercalando o olhar na estrada e em mim.–
Maria: não é de hoje que a Belinda tenta me tirar do sério. Ela é apaixonada pelo Abe e está disposta a nos afastar a todo custo. Ela me viu conversando com você e disse alguma besteira pra ele, eu não sei o que foi, mas boa coisa não deve ter sido porque quando eu fui contar que você iria me ajudar com o Espanhol, ele me tratou diferente. Daí ela entrou no camarim falando de um jeito irônico e debochado, e eu perdi o controle. –expliquei um pouco mais calma, enxugando as lágrimas.–
Andrés: então a culpa foi minha. Me desculpa Maria! Eu não deveria ter ido falar com você. Poderia ter evitado toda essa confusão. –falou sério enquanto esperava o sinal abrir, com seu braço esquerdo apoiado na janela do carro e sua mão perto da boca de forma que a entortava um pouco. Era sexy, devo confessar.–
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Insta Direct || Abraham Mateo
FanficDois adolescentes de vidas completamente diferentes, a sonhadora e o astro. Brasileira de 16 anos, Maria - assim como qualquer outra fã - tinha o sonho de conhecer seu ídolo, vulgo Abraham Mateo. Nessa incessante luta a fim de realizar seu (até entã...