Capítulo 55.

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De volta à Madrid, meu paradeiro ainda era desconhecido por mim, no entanto, eu não parava de imaginar como seria essa tal casa que o Abraham me presenteara. Segundo ele, minhas coisas tinham sido levadas da casa do Andrés para lá, o que me deixava com um certo receio porque a pessoa que fora designada para essa tarefa, com toda certeza não sabia distinguir quais coisas eram minhas e quais não eram, ou seja, consequentemente eu teria que retornar ao meu antigo lar quer o Sr. Mateo queira ou não, mas okay, resolveríamos isso depois.

No decorrer do caminho, eu não parei quieta um minuto sequer, fui enchendo a cabeça do rapaz ao meu lado – que dava altas risadas e se divertia com a minha ansiedade – idealizando de mil maneiras como seria meu domicílio e, é claro, falando que nem uma matraca chata, coisa que eu sabia fazer muito bem quando em sua companhia.

Mais alguns minutos e o carro parou inesperadamente. Não podíamos ter chegado! Abraham me prepararia, não? Olhei em volta e não notei casa alguma, pelo contrário, tudo que pude ver foi um grande portão na cor branca e uma guarita. Seria esse um condomínio? Era lá que eu moraria? Assim que recebemos permissão para entrar, passamos pela entrada e já era possível avistar algumas casas, sofisticadas casas. E a julgar pelo meu salário – que não era pouco, para ser sincera. Era o suficiente para uma vida tranquila e com coisas "normais", mas não o bastante para bancar uma casa naquele estilo –, isso estava fora do meu alcance.

Abraham: pare em frente a essa casa aí à frente, Damián. –disse ao seu motorista.– Por favor.

Damián: essa à direita senhor?

Abraham: sim, essa mesmo.

Maria: Abraham, não me diga que é aq... –não fui capaz de concluir meu raciocínio ao encarar aquela linda fachada da casa através do vidro.– Você só pode estar de brincadeira! –falei saindo do carro às pressas.–

Abraham: que foi amor? Não gostou?

Maria: mas é claro que eu gostei. Amei! –exclamei, abrindo um sorriso.–

Abraham: que bom! Você precisa ver por dentro. Acompanhei o trabalho da decoradora de perto e te conhecendo bem, acho que irá gostar.

Maria: mas... eu não tenho dinheiro pra... –ele me interrompeu.–

Abraham: não, shiiiih, nem começa. –sorriu me abraçando por trás.– É um presente meu.

Maria: tá, mas e as despesas? Eu não posso bancar essa casa.

Abraham: e não precisa, você tem a mim.

Maria: eu me sinto mal, eu não quero ter que depender de você e nem de homem nenhum. Sabe, eu trabalho e quero administrar as minhas coisas, e essa... essa não é a minha realidade. Me desculpa, mas eu não posso aceitar, Abe.

Abraham: como você é cabeça dura! Não vejo nenhum problema em te ajudar, mas se você prefere assim... o que acha de morarmos juntos então? A gente divide as despesas miss independent, que tal?

Maria: tudo bem, eu até posso aceitar essa proposta, mas só se você disser que morar comigo é realmente um desejo seu, e não porque quer de todo jeito "me ajudar" e suprir minhas vontades. –brinquei.–

Abraham: respondo sim lady, com prazer. –apertou mais seus braços em volta do meu corpo.– Morar com você é tudo o que eu sempre sonhei desde que pus meus olhos em você. –beijou meu pescoço e eu amansei.–

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