Capítulo 88.

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Depois da confusão no show do Abraham, ainda cogitei algumas vezes a possibilidade de ir ver como ele estava, mas optei por evitar, não inventar de procurar sarna para me coçar. Andrés resolveu algumas pendências com a banda e aproveitou a semana livre para voltar para o Brasil comigo e consequentemente estragar a minha cria por alguns dias.

Maria: Andrés, eu disse não quando ela me pediu pra comer chocolate antes do almoço. –cruzei os braços, me encostando na porta do quarto com cara de poucos amigos, o repreendendo.–

Andrés: uma vez só, amor, não mata. –fez pouco caso, enquanto ajeitava seu cabelo pela terceira vez na frente do espelho.–

Maria: mas me coloca numa posição desfavorável, tira a minha razão.

Andrés: tudo bem, isso não vai se repetir. –ergueu os braços em sinal de rendição.– Eu vou buscá-la no colégio. –passou por mim, deixando um selinho em meus lábios.– E ai da amiguinha dela que disser agora que ela não tem um pai. –sorri comigo mesma da sua empolgação em sua primeira ida sozinho a escola para buscar ela, o conhecendo sabia que ele era capaz de gritar para todos os presentes que ela era a princesinha do papai só para implicar com as crianças que caçoaram da Vale.–

Pouco tempo depois, a campainha tocou e eu pensei ter sido o Andrés que esqueceu algo e voltou, no entanto, era uma das pessoas que eu jamais cogitaria estar no Brasil, ainda mais na minha porta... Tony.

Maria: Tony? –o encarei atônita, parecendo que eu tinha visto um fantasma.–

Tony: oi Maria. –deu um sorrisinho amarelo.–

Maria: o que você tá fazendo aqui no Brasil?

Tony: vai me deixar plantado aqui na porta mesmo?

Maria: desculpa, entra... –me afastei para que ele passasse.–

Tony: a gente precisa conversar.

Maria: você veio da Espanha pra cá só pra conversar comigo? Não podia falar por telefone? –não queria que soasse como se sua presença não fosse bem vinda, mas foi inevitável.–

Tony: na verdade eu queria conhecer a minha sobrinha. Se eu te pedisse pra vê-la, você certamente não ia deixar, então...

Maria: não passou pela sua cabeça que se em todos esses anos eu evitei contato, é porque ela não sabe sobre vocês? –ironizei.– E sinceramente, eu gostaria que permanecesse assim. –disse na defensiva, como uma leoa que quer proteger o filhote de qualquer maneira.–

Tony: por que esse clima chato entre a gente, Maria? Nós éramos quase que como irmãos, eu te apoei em todas as suas decisões. Não sou um inimigo.

Maria: desculpa, é só que... –suspirei, abrindo mão de uma trégua.– Aquela história mal contada da Belinda ainda me deixa em alerta.

Tony: o que eu ganharia tentando te separar do Abraham? Não faz sentindo algum essa acusação. Se fosse assim, eu já teria feito antes, e conseguido, já que os dois confiavam em mim.

Maria: pensando por esse lado... é mesmo. –dei o braço a torcer.– Desculpa.

Tony: eu não tô aqui pra bagunçar nada, pequena. Se você não quer que ela me conheça, então eu me apresento como um amigo seu. –declarou, terno.–

Maria: que saudade, Tony! –o abracei apertado.– Desculpa.

Tony: tá tudo bem, eu entendo. –afagou minhas costas.– Agora me conta como ela é! –pediu, animado.–

Insta Direct || Abraham MateoOnde histórias criam vida. Descubra agora