Capítulo 73.

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A garota arregalou os olhos visivelmente assustada ao ouvir a entonação raivosa da minha voz e, para a sua sorte, se afastou rápido do Abraham quando viu que eu realmente não estava para brincadeira, do contrário juro que não me controlaria em mostrá-la o seu devido lugar que era BEM LONGE do MEU namorado. Contudo, diante de toda aquela cena embaraçosa, o que mais me surpreendera fora a reação dele, ele tinha um semblante impassível que, naquela ocasião em especial, nunca me irritara tanto por não saber que merda havia se passado pela sua cabeça ao decidir mimosear aquela – pelo menos para mim – estranha.

Xxxx: eu só est... –a interrompi com fúria nos olhos, soltando fogo pelas narinas.–

Maria: você... fique calada e não dirija a palavra a mim até que eu lhe dê permissão pra isso. –ralhei, apontando o dedo na direção do seu rosto.–

Abraham: para com isso, Maria! –disse entre os dentes.–

Maria: parar? –repeti, com ar de deboche.– Parar o quê? Eu ainda nem comecei, Abraham. –rosnei.–

Abraham: Monica, por gentileza, será que você poderia nos deixar a sós? –perguntou a tal garota num tom baixo, aparentando estar se segurando ao máximo para não perder a paciência, mas também, como se policiasse a si mesmo para tratá-la com bastante ternura, o que me fez engolir a seco.– Falo com você depois.

Maria: ah, mas ela não vai sair daqui mesmo! –lancei-lhe um sorrisinho zombeteiro e então resolvi ir até o meu outro alvo, pronta para esclarecer algumas coisinhas.– Você acha que é simples assim? Você se aproveita de um momento que ele não está acompanhado pra vir aqui na maior cara de pau e se jogar em cima dele, se jogar em cima do MEU homem, e ainda sair impune de ouvir umas boas verdades?! Não é bem assim que a banda toca, queridinha. –a intimidei, ficando frente a frente com ela.–

Abraham: Maria! –segurou meu braço com força, provavelmente achando que eu partiria pra cima daquela aguada que me olhava com cara de sonsa. Patético! Não me rebaixaria a tanto.–

Maria: me solta, ou vai ser pior pra sua amiguinha. –resmoneei.– Porque por enquanto eu quero dizer umas coisas a ela civilizadamente...

Abraham: CHEGA, MARIA! PARA DE SHOWZINHO! –alterou a voz comigo extremamente aborrecido, me sacudindo como se eu fosse uma criança arteira recebendo esporro por fazer algo de errado, senti o sangue ferver em minhas veias. Eu não estava acreditando que ele iria ter a audácia de me colocar de vilã dessa história.– EU NÃO VOU ADMITIR QUE VOCÊ A COLOQUE NESSA POSIÇÃO RIDÍCULA.

Maria: como é que é? –o encarei incrédula.–

Abraham: VOCÊ ENTENDEU TUDO ERRADO, COMO SEMPRE. CHEGA! EU TÔ CANSADO DOS SEUS ATAQUES DE CIÚMES BESTA.

Maria: acha que eu não tenho razão? Eu chego aqui e encontro o meu namorado agarrado com outra mulher, sozinhos nessa porcaria de sala e eu ainda tenho que fazer vista grossa? Eu não tô ouvindo isso!

Abraham: A MONICA É MINHA AMIGA E ME ENCONTROU AQUI COINCIDENTEMENTE, ENQUANTO FOI OBRIGADA A ESPERAR NESSA DROGA DE SALA POR NOTÍCIAS DO AVÔ QUE ACABOU DE SER INTERNADO POR CONTA DE UM AVC, MARIA. SERÁ QUE VOCÊ É TÃO INSENSÍVEL A PONTO DE IGNORAR TUDO ISSO E BRIGAR COMIGO POR DAR APOIO A ELA?

Ele me chamou de insensível, foi isso mesmo que eu ouvi? – minha consciência tentou processar, olhando para mim com cara de poucos amigos, me incentivando demasiado a deixar de ser trouxa e parar de discutir por uma causa que estava óbvio que eu já tinha perdido para aquela fingida.

Insta Direct || Abraham MateoOnde histórias criam vida. Descubra agora