REVISADO
Abraham POV.
Tiro o celular do meu ouvido e olho para a tela, ainda incrédulo e sem reação alguma. Ela tinha desligado na minha cara, constatei. Eu não estava com raiva por isso e nem ficaria, entretanto, estava surpreso. Desde o primeiro momento em que nos falamos, eu percebi que ela era bastante retraída quando se tratava dela própria, não costumava dizer o que estava sentindo e por essa razão eu tinha um grande receio de lhe contar que estava perdidamente apaixonado. Bastou três semanas apenas, para que eu ficasse completamente envolvido pela mesma, e por mais louco que pareça, essa era a primeira vez que um curto período de tempo importava nada e tudo, ao mesmo tempo. Antes de conhecê-la, eu achava impossível que alguém fosse capaz de gostar de outra pessoa somente em semanas, e pior, por uma pessoa na qual você nunca sequer viu. Eu achava que qualquer sentimento – seja ele qual fosse – só se originava e se firmava com vários anos de convivência, mas o destino havia me provado o contrário e, portanto, não me importava se nos conhecíamos há pouco tempo, esse fator agora era um mero detalhe. Na verdade, desde nossa primeira conversa eu sentia que ela era especial, que ela era diferente, de uma forma única. E hoje, eu tenho uma completa certeza disso. Eu tinha medo de lhe dizer e acabar por estragar essa amizade, mas principalmente dela achar que eu estava brincando com seus sentimentos e talvez confundindo um pouco as coisas, confesso que pensei nessa segunda hipótese também, no entanto, não, eu nunca estive tão seguro de algo. Quando pedi que ela se abrisse comigo com relação ao que sentia por mim, foi justamente para ter certeza se deveria lhe contar ou não, porque poderia ser que ela gostasse de mim puramente como fã, admirasse meu trabalho e só. Claro que eu sabia da sua afeição comigo com relação a essa nossa amizade, porém estava inteiramente às cegas quanto ao seu coração. Já que ela tinha vergonha de falar dessas coisas, eu ia lhe pedir para que fizesse uma carta – um texto, melhor dizendo – mostrando um pouco de como ela se sentia em relação a mim, mas não tive tempo, e não foi preciso. Ela não só tinha se declarado para mim, como também, tinha contado o quanto as pessoas à sua volta a pressionavam para algo que ela não queria, a machucando, mesmo que indiretamente, e pior ainda, como as pessoas menosprezavam o desejo dela. Eu não era alguém inalcançável, talvez alguém de difícil acesso devido à fama, mas ainda assim, um ser humano como qualquer outro. Eu ficava extremamente chateado quando via alguém dizendo que as minhas princesas travessas nunca iriam ter a chance de me ver, de me tocar, pois quando se trata de sonho, o assunto é sério. E saber que a Maria se sentia assim, me deixava arrasado porque eu me dava conta de que ela havia sofrido muito justamente por causa disso, e a última coisa que eu queria era vê-la mal. Eu queria poder abraçá-la, queria poder beijá-la, acarinhá-la e dizer que todo o sentimento dela era mútuo.
Eu me apaixonei do mesmo jeito que alguém cai no sono: gradativamente e de repente, de uma hora para outra.
Tentei ligar para ela novamente, mas só caía na caixa postal. Mandei-lhe um Insta Direct, mas como imaginei também não obtive resposta. Eu precisava falar com ela, nem que eu pegasse o primeiro voo para o Brasil e fosse desesperadamente a sua procura. Já em meu quarto, fiquei andando de um lado para o outro pensando numa forma de chegar até ela.
Tony: hey, Abraham! O que está acontecendo, irmãozinho? Levou um toco da pretendente? –ele me zoou.–
Eu já havia contado absolutamente tudo tanto para o meu irmão quanto para a minha mãe e ambos me deram uma força tremenda, pediram apenas que eu tivesse cuidado e fosse com calma.
Abraham: Tony, é sério... –falei me sentando ao seu lado, e apoiando meus braços nas coxas, passei minhas mãos no rosto já mostrando meu nervosismo.–
Tony: me desculpa, dude. O que houve? –ele falou preocupado.–
Abraham: ela finalmente abriu seu coração pra mim...
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Insta Direct || Abraham Mateo
ФанфикDois adolescentes de vidas completamente diferentes, a sonhadora e o astro. Brasileira de 16 anos, Maria - assim como qualquer outra fã - tinha o sonho de conhecer seu ídolo, vulgo Abraham Mateo. Nessa incessante luta a fim de realizar seu (até entã...