Capítulo 74.

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Xxxx: Maria Eduarda?

Maria: sim, sou eu. –respondi sem um pingo de ânimo na voz.–

Xxxx: meu nome é Pablo, fui contratado como seu motorista e segurança particular.

Maria: por quem? –questionei, já imaginando qual seria sua resposta.–

Pablo: senhor Mateo.

É de conhecimento público o vínculo que tenho com o Abraham, segundo ele, seria extremamente fácil para um estranho se inteirar da nossa rotina, seguir nossos passos e se fazer passar por um dos nossos, então, eu não podia simplesmente acreditar nas palavras de um homem que nunca vi mais verde e ir com ele sem antes me certificar de que era seguro. Sem dizer uma só palavra, peguei meu celular que estava no bolso de trás da calça e liguei para o Abe sem hesitar. Noto que, se fosse armação eu certamente não teria sequer conseguido iniciar minha ação, portanto, mais aliviada, ainda assim, continuei minha chamada sem me preocupar com o rapaz que me encarava seriamente com o cenho franzido.

§ Ligação §

Maria: Abraham? –perguntei, mesmo sabendo que era realmente ele do outro lado da linha.–

Abraham: oi.

Maria: tem um tal de Pablo aqui dizendo que veio ao seu comando, devo confiar?

Abraham: se você quando estivesse com o Andrés não ignorasse todos em volta, teria visto que mandei uma mensagem há algumas horas avisando.

Maria: isso não é resposta. –disse entre os dentes.–

Abraham: venha com ele.

Tu, tu, tu... Ele desligou na minha cara? – encarei a tela do meu celular, incrédula e indignada. Respirei fundo contando de um até cinco, procurando manter a calma e o controle, e finalmente me dirigi positivamente ao homem, entrando no carro por fim.

*

Cheguei em casa me sentindo meio apreensiva, mas ao mesmo tempo furiosa, queria brigar com o Abraham por tudo que ele havia aprontado até aquele momento, talvez até pelas coisas que eu sabia que ele ainda ia fazer, como transferir sua culpa para mim. Não encontrei ninguém na sala de estar, e não sei por que esperaria o encontrar ali, já que seu primeiro, segundo e terceiro lugar provável de estar era na verdade o seu estúdio.

Elena: senh... Maria! –chamou, vindo ligeira até mim.–

Maria: Elena. –a repreendi, com um sorriso no rosto.–

Elena: eu vou me acostumar, eu vou me acostumar! –repetiu ela, simpática.–

Maria: o Abraham tá em casa?

Elena: ele tá no quarto, almoçou e se trancou lá até agora.

Maria: engraçado, ele que faz besteira e depois dá uma de vítima. –rolei os olhos, reclamona.– O que queria me dizer?

Elena: ah, eu... eu estava esperando você chegar pra perguntar se já posso ir. –falou receosa.– Já deixei tudo pronto, e quanto a janta... já está pronta no prato dentro da geladeira só pra vocês esquentarem na hora de comer.

Maria: praticidade é tudo, não é mesmo? –brinquei.– Pode ir sim, Elena, muito obrigada. –lancei-lhe um sorriso gentil.– A propósito, sempre que terminar as coisas por aqui, pode ir, não precisa nem pedir.

Elena: seria muita falta de educação e profissionalismo meu.

Maria: então vamos reformular o que eu disse... sempre que terminar as coisas por aqui, avise que já vai, tudo bem?

Insta Direct || Abraham MateoOnde histórias criam vida. Descubra agora