No instante em que o som daquelas palavras chegaram aos meus ouvidos, meu sangue ferveu de ódio. Jamais passaria pela minha cabeça que depois de tudo o que ele havia dito sobre seu sentimento por mim seguir firme e forte, sem dar margem a nenhum possível interesse por aquela garota, eu fosse ser capaz de ouvir tamanha barbaridade. Se aproximar dela para me atingir só por estar com raiva da minha escolha, que claramente falei que seria passageira, era um comportamento muito baixo, muito pequeno.
Andrés: a garota que fez o clipe Señorita? –me cortou, mostrando um interesse inesperado pelo assunto.–
O conhecendo, eu sabia bem que por dentro ele estava aplaudindo aquela cena e querendo saber muito mais sobre esse tal encontro, se estavam juntos ou não.
Abraham: é sim, e estamos pra fazer um novo clipe juntos... –disse assim como quem não quer nada, como quem diz um "bom dia" e eu borbulhei de raiva.–
Maria: Andrés, se importa que eu leve o Abraham até o portão? –com a cara que eu fiz ao pedir, até eu mesma acreditaria que eu só ia levar a visita até lá fora.–
Andrés: claro que não. –respondeu meio inseguro, mas ainda assim não protestou.–
Abraham: até mais, brô! –cumprimentou o Andrés com um abraço amigável, quase vomitei com a imensa demonstração de falsidade.– Melhoras!
Assim que a portão bateu atrás de mim e estávamos longe o suficiente para que o nosso falar baixo fosse inaudível para o Andrés, dei um tapa estalado no braço do rapaz a minha frente, o encarando com uma expressão de estar muito brava, e não era para menos.
Maria: você ficou maluco? –me esforcei o máximo para não gritar e nem xingá-lo de todos os nomes feios possíveis.–
Abraham: você que perdeu a noção de tudo, Maria! –exclamou exasperado.– Quando que você vai cair na real? Eu não sou seu brinquedinho pra aceitar uma nojeira dessas calado e te esperar de braços abertos enquanto você se envolve com o Andrés de novo, porque eu sei que é isso que vai acontecer.
Maria: eu pensei que tivesse me apoiado. –falei, realmente convicta.–
Abraham: e eu pensei que depois da nossa reconciliação você tivesse desistido dessa ideia estúpida.
Maria: ele precisa de mim, Abraham. –afirmei, já cansada dessa conversa que parecia nunca ter fim.–
Abraham: e você acha que eu não? –ele franziu a testa, aumentando a voz.–
Maria: é diferente.
Abraham: não tem nada de diferente aqui.
Maria: Abe... –tentei ponderar, mas sua interrupção me deixou cabisbaixa, já me possibilitando prever que eu perderia essa batalha.–
Abraham: ele tem pai, tem mãe, tem aquele irmão filho da puta e tem amigos que podem dar esse suporte a ele. –me abriu os olhos, me fazendo pensar um pouco e chegar a conclusão de que eu era mesmo "a mais" nesse grupo, contudo, minha teimosia não me permitia fugir para longe de tudo isso.– Quem é você diante disso? Apenas uma intrusa que não percebe que esse não é e jamais será o seu lugar.
Maria: eu sou amiga. –dei de ombros, achando que eu estava falando a peça que faltava para fazê-lo me validar.–
Abraham: e minha mulher. Quem dos dois poderia exigir sua companhia?
Maria: eu tô fazendo isso porque eu quero, a culpa não é dele.
Abraham: e eu sei que a culpa não é dele.
Maria: então...
Abraham: A CULPA É TODA SUA!
Maria: fala baixo, Abraham! –rosnei, avisando para ele parar.–
Abraham: a culpa é toda sua... –ele diminuiu o tom, olhando para os lados, checando se o Andrés estava lá.– Por arruinar nosso relacionamento. É bom que se lembre disso lá na frente.
Maria: o que você quer dizer com isso?
Abraham: você fez sua escolha, então que carregue as consequências. –respondeu sem rédeas, parecia decidido.–
Maria: não, Abe! Eu amo você! –não contive mais minhas lágrimas com a quase confirmação de que ele iria em frente em soltar minha mão e me deixar sozinha para enfrentar essa situação.– ISSO É MENTIRA SUA! VOCÊ ESTAVA COM ELA ESSE TEMPO TODO, ISSO SÓ FOI UM PRETEXTO PRA ME DEIXAR E FICAR COM ELA. –perdi minha completa lucidez e comecei a dar socos em seu peito, gritando.–
Abraham: para com isso. –segurou firme em meus braços, me impedindo de me debater que nem uma louca desvairada.–
Maria: Abe, não faz isso... –supliquei, completamente vulnerável e ele me abraçou forte.–
Abraham: eu não tenho e não quero absolutamente nada com a Monica, porque é você que eu amo, meu anjo. Mas você não me dá escolha. –continuou me abraçando com muita força, mais brando.–
Maria: por favor, fica comigo. É só por alguns dias, meu amor. –encostei a cabeça em seu peito, ainda chorando, porém, mais controlada.–
Abraham: vem comigo agora e desiste dessa ideia, é só o que eu te peço. –ele segurou em meu rosto com suas duas mãos, com os olhos marejados.–
Maria: eu não posso.
Abraham: eu te amo, Maria. Adeus. –deu as costas, acabando nossa discussão e toda expectativa que eu ainda tinha de uma vida junto a ele ao final de tudo.–
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Insta Direct || Abraham Mateo
FanficDois adolescentes de vidas completamente diferentes, a sonhadora e o astro. Brasileira de 16 anos, Maria - assim como qualquer outra fã - tinha o sonho de conhecer seu ídolo, vulgo Abraham Mateo. Nessa incessante luta a fim de realizar seu (até entã...