Insta Direct || Abraham Mateo

Capítulo 52.

Entramos no hospital e fomos ansiosos já direto para a recepção. Ao chegar lá, perguntei pelo rapaz que dera entrada na urgência nas últimas horas, vulgo Andrés, e não obtivemos nenhuma notícia relevante, continuando no escuro. A recepcionista falou apenas que ele fora submetido a uma cirurgia de emergência e que não tinha mais detalhes de seu estado. Fomos conduzidos até uma sala de espera que ali havia e ficamos plantados que nem dois jarros, sentados e conformados com a incerteza do que realmente acontecia no interior daquele prédio, aguardar era a única coisa que nos restava a fazer. Eu, inquieta demais para prestar atenção no que o Abraham falava de vez em quando, deitei minha cabeça em seu ombro e fechei os meus olhos por alguns minutos, na intenção dele perceber meu incômodo em não querer conversar. Por fim, ele pareceu entender o recado e silenciou-se. Não consegui sequer cochilar, observar atentamente o Abraham brincando com o fiapo do rasgão em sua calça me pareceu uma ótima forma de distrair.

Xxxx: nossa! Não perdeu tempo pra colocar um belo par de chifres no meu irmão... –disse uma voz sarcástica chamando a nossa atenção repentinamente.–

Maria: vocês chegaram! –levantei, ignorando o comentário do Martin e querendo cumprimentar todos ali, mas só os pais do Andrés vieram até mim. Estranhei. Os meninos da banda pareciam estar bravos com alguma coisa.–

Martin: não faça ouvido de mercador sua vad...

Ana (nome fictício): Martin! –o freou.–

Abraham avançou na direção do Martin para me defender de forma mais agressiva e 'eficaz' e eu entrei na frente, o segurando para evitar confusão.

Maria: eu não tô traindo seu irmão, Martin. E mesmo que estivesse, isso não te dá o direito de falar comigo desse jeito.

Martin: ah não? –debochou.–

Luis: não é uma boa hora pra isso, Martin. –se meteu o repreendendo. Não era uma boa hora para quê?–

Martin: é uma ótima hora pra dizer umas verdades pra essa daí, Luis. Meu irmão sofreu um acidente enquanto essa biscate de quinta o apunhalava pelas costas, e eu tenho mesmo que ser cauteloso pra não magoar ela? Faça-me o favor! –ele disse com ódio nos olhos–

Abraham: se você abrir essa boca imunda pra falar mal dela de novo, eu juro que acabo com a tua raça. –alterou a voz.–

Martin: acha mesmo que eu tenho medo de um pirralha como você? –ameaçou dar alguns passos de encontro ao Abraham e os meninos o seguraram.–

Maria: você é um idiota, Martin! E não sabe da missa, um terço. O irmão santinho que você tanto tá defendendo, foi um escroto comigo e armou pra me separar do Abraham. Ele esteve todo esse tempo por trás de todas as merdas que me aconteceram. E se eu ainda estivesse namorando com ele, trai-lo seria o mínimo que eu deveria fazer.

Martin: e você fez.

Maria: cala essa b... –ele me interrompeu.–

Martin: CALA A BOCA VOCÊ, GAROTA! O MEU IRMÃO TÁ COM FAMA DE CHIFRUDO POR SUA CAUSA. OLHA A FOTO QUE TÁ CIRCULANDO NESSA MERDA DE INTERNET! É TUDO CULPA SUA! –esbravejou.– SEM CONTAR NA IMAGEM DA NOSSA BANDA QUE VAI DE MAU A PIOR DESDE QUE VOCÊ APARECEU POR AQUI.

Missis: estamos num hospital, Martin. Se controla!

Maria: do que você tá falando? –perguntei confusa.–

Nacho: disso Maria. –se pronunciou, virando o visor do celular para que eu pudesse ver o que continha ali.–

Meus olhos não acreditaram no que viram. Era uma foto tirada pelas nossas costas, do Abraham e eu nos beijando em seu quarto, horas atrás na sua casa quando subimos para pegar o meu celular que eu tinha esquecido lá. O que aquilo estava fazendo na internet? Melhor, quem teve a indecência de tirar uma foto como aquela e divulgar para os sites de fofoca? Meu palpite tinha nome, sobrenome e uma perversidade imensa... Belinda. Mas se ela e o Andrés estavam juntos em toda essa podridão contra nós, por que que ela decidiu se voltar contra ele? Uma lacuna ainda precisava ser preenchida, ou talvez não... por um momento tinha esquecido que era da Befalsa que estávamos falando e que ela faria qualquer coisa para me prejudicar, até mesmo queimar a imagem do seu tão amado primo e quebrar o laço de cumplicidade com seu fiel escudeiro, sim, porque a última coisa que o Andrés gostaria de ter era seu ego ferido e uma fama de chifrudo, então conclui-se que pelo menos dessa vez ele não sabia de nada daquilo.