Hospital.

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28 de março, Seul.

A semana de Exposições no Festival, em São Paulo, tinha sido incrível. Ganhamos reconhecimento mundial, e acima disso tivemos a chance de trabalhar, oficialmente, com nosso Sunbae o professor Joo Seungkwan quem foi extremamente simpático e nosso amigo, como de costume. No último dia, tivemos um jantar que, definitivamente foi a melhor comida que já comi onde o próprio diretor do Arario nos agradeceu e elogiou pelo trabalho e não poderíamos estar mais felizes.

Assim que chegamos em Seul, na segunda à tarde, quando chegamos em casa, tudo parecia diferente. E estava. Os móveis estavam arrastados pela sala e tia Seojin nos esperava falando, amargamente, que foi realmente difícil retirar o sangue do chão. Sunhee e eu arrumamos as coisas da sala, arrumamos a casa como um todo e depois de esfregarmos o chão sem parar, até a mancha resolveu sumir quase toda. Optamos por colocar um tapete por cima naquela região, afinal, não queríamos olhar para aquele chão ou lembrarmos de qualquer merda acontecida nesse dia.

- Você pode ficar no meu quarto. – Yoongi falava do outro lado da linha. – E Sunhee no de qualquer outro.

Ri anasalado enquanto dirigia.

- Obrigada pela preocupação, Yoongi-Oppa. – Sunhee bufou sarcástica engrossando a voz. – "Sunhee no de qualquer outro".

- De nada. – Yoongi respondeu simplista.

Segurei a risada encarando o trânsito a minha frente.

- Se fosse ficar em algum lugar, ficaria com Yuri, minha namorada. Obrigada.

- De nada. – Ele tornou a responder tranquilo. – Mas eu falei sério sobre meu quarto. – Yoongi suspirou.

Sorri de lado parando ao sinal vermelho. – Obrigada, mesmo. Mas não tem graça se você não estiver lá.

Ele riu anasalado do outro lado da linha. – Justo.

- Ew! – Sunhee resmungou rindo. – Nojentos.

- Ya, Sunhee, não seja tímida, você nos ouviu aquela vez.

Sua risada se transformou em careta. – Não me lembre, Min Yoongi. Não me lembre.

Ri a encarando e logo dando partida no carro. A risada anasalada de Yoongi mais uma vez pode ser ouvida pelo carro, o que me fez sorrir só de imaginar a cara que ele estava fazendo.

- O que está fazendo?

- Deitado. – Ele resmungou. – É noite aqui. Como foi seu dia?

Sorri. Yoongi tinha essa adorável mania de sempre me perguntar como eu estava, como foi meu dia, o que eu fiz e todas essas coisas que parecem simples, mas fazem toda diferença no dia a dia de alguém. Poucas pessoas me perguntam como foi meu dia e em meus relacionamentos anteriores, bom, não lembro um mísero dia em que Kim Jinwoo me perguntou tal coisa.

- Foi tranquilo, só acordei e comi. – Ri percebendo que estávamos próximas do hospital. – E o seu?

- Algumas entrevistas, passagens de som, nada fora do normal.

- Comeu direito?

Escutei o bufo de Sunhee ao meu lado, a encarei e ela então forçou um sorriso revirando os olhos logo em seguida.

- Sim. – Yoongi respondeu.

- Vá descansar, Min.

- Eu odeio pra caralho quando me chama assim.

Afinei a voz. – Yoongi-oppa!

Ele riu. – Vai se foder.

- Vai se foder, também.

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