20 - O veredito

379 48 74
                                    

Derick se deixou levar pela lembrança dos últimos acontecimentos que levaram até a morte de Emilly, ainda sentado no banco das testemunhas.

Contou para todos no tribunal as suspeitas que tinha do professor Green e como isso o levou a acreditar que tudo havia sido planejado por ele, para que Agatha fosse acusada do crime.

De como chegou a sair da escola para poder, sem levantar suspeitas, procurar os investigadores que assumiram o caso.

De sua conversa anterior com o Dr. Griffiths, quando ele deu todos os detalhes que sabia.

E de seu emocionante encontro com Agatha, fazendo-lhe uma promessa, que agora não poderia mais cumprir, de que seria sua mais importante testemunha no julgamento, de que faria de tudo para a ver livre, de que a amava...

- Então o que foi que o fez mudar de ideia, Sr. Mitchell? - questionou o Dr. Griffiths.

- Surgiram novas provas, eu só posso dizer isso, pois tem a ver com outro caso envolvendo o professor Green e...

Derick olhou para a Srta. King que ainda chorava segurando um lenço numa mão e um copo de plástico na outra.

- E Agatha... - disse ele infeliz.

- E quais provas eram essas?

- Eu não posso contar, assinei um documento que me obriga a manter segredo de justiça...

O Dr. Bennett se levantou, chamando atenção do seu colega da defesa.

- Sua Excelência, permite uma breve conversa com os advogados?

O juiz os chamou e rapidamente os dispensou.

- Sr. Mitchell, eu não tenho mais perguntas! - disse o Dr. Griffith um pouco abatido.

- O que foi que o outro advogado disse? - lhe perguntou Agatha assim que ele desabou do seu lado.

- Que ele vai trazer outra testemunha que poderá contar o que o Sr. Mitchell ainda não pode...

Ela soltou um suspiro abafado e ficou em silêncio, enquanto o juiz anunciava que a sessão seria retomada na manhã seguinte e conseguiu se virar a tempo de ver Derick deixando o local sem olhar para trás.

🔷🔷🔷🔷

Na noite em que se seguiu as manchetes da mídia falada anunciaram que uma possível reviravolta no caso poderia ocorrer.

Uma filmagem de Derick deixando o Tribunal da Coroa, sendo cercado pelos repórteres, ilustrava as manchetes, seguida de uma foto risonha da Srta. King.

Como sempre inúmeras especulações foram noticiadas, inclusive uma informação de uma fonte anônima alegando que o professor Green e sua aluna assassina seriam amantes e cúmplices do crime.

Outra emissora mais séria disse ter procurado o professor ou algum representante legal para ouvir sua versão dos fatos, mas noticiou no final que nenhum deles foi encontrado.

Numa cela escura da delegacia de Luton o professor ouvia algumas destas notícias pelo rádio, seu único luxo solicitado e fornecido pelos policiais.

Deitado em sua cama dura ele desligou enfim o aparelho e um leve sorriso surgiu em seu rosto, permanecendo nele mesmo após fechar os olhos para tentar dormir.

🔷🔷🔷🔷

- A promotoria chama o Sr. Richard Thompson.

Trajando um casaco marrom próprio para o proteger de uma mudança de clima, já que o dia se encontrava nublado, o investigador sentou-se de forma ereta na cadeira.

Encenação MortalOnde histórias criam vida. Descubra agora