35 - A volta

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O Inverno castigava o mês de janeiro de 2013 com baixas temperaturas quando as aulas retornaram na MES.

Apesar disso, dentro da escola, o aquecimento impedia que o frio fosse sentido em demasia e os blazers que compunham os uniformes eram suficientes para aquecer e manter animados os alunos.

Anderson, agora mais enturmado com todos, passou boa parte dos intervalos em bibliotecas, almoço ou atividades fora da classe de aula, investigando as opiniões dos alunos que vivenciaram os fatos que levaram a morte de Emilly, mas o resultado foi uma grande decepção.

Ninguém podia afirmar com certeza nenhum novo elemento para a sua pesquisa e sempre o questionavam o porquê de tanto interesse no assassinato, o que ele respondia sempre da mesma forma:

— Não me faça nenhuma pergunta, e eu não lhe direi nenhuma mentira.

Alguns riam e o deixavam em paz, mas para aqueles que retrucavam, Anderson complementava simplesmente:

— Sou apenas curioso como todo bom estudioso deve ser.

Dizem também que a curiosidade matou o gato, mas no caso dele a conduziu direto para seu maior investigado.

— Mandou me chamar, professor.

— Como vai Sr. Taylor. Algum avanço no trabalho preparatório para a peça teatral?

— Estamos trabalhando nisso e o senhor pode acreditar que vamos surpreender...

— Ótimo, mas creio que sabe que não foi por isso que o chamei aqui.

— Seja mais específico por favor, professor.

— Vários passarinhos me contaram que o senhor tem um interesse peculiar nos acontecimentos do ano passado aqui da MES.

— Eu tenho muita curiosidade sobre a história desta escola magnífica. Não vejo nada de mal nisso.

— Não me faça de tolo, Anderson. Sei bem aonde pretende chegar com as suas investigações.

— E aonde seria?

— Exatamente aonde chegou até agora: em lugar nenhum.

O aluno encarou o professor com seriedade, antes de prosseguir.

— O senhor está muito bem informado, mas qual o motivo desta nossa conversa?

— Isso! Vamos direto ao ponto, muito bom — Adam esboçou um sorriso enigmático e prosseguiu — Não consigo compreender porque até hoje não veio ainda falar comigo sobre todo o acontecido, Sr. Taylor. Afinal, eu estive intimamente envolvido nos fatos, mas isso o senhor já deve saber...

— Não achei que seria agradável tocar neste assunto com o senhor, justamente por causa do seu envolvimento. Achei até que seria uma falta de respeito.

— Ora, deixemos de cerimônia então. Estou à disposição para falarmos abertamente sobre tudo que quiser saber. Mas antes devo alegrá-lo ainda mais, pois outro grande passarinho me contou que nesta semana teremos uma ótima novidade na escola, a qual o senhor achará fascinante.

— Eu? Por que eu acharia?

— Porque vai lhe ajudar e muito nas suas investigações...

Anderson deixou a sala do professor Green sem conseguir fazer com que ele lhe contasse a tal novidade, mas poucos dias depois sua curiosidade foi saciada e teve concordar que o professor tinha plena razão.

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O frio continuava castigando mais uma tarde de Luton quando o ex-aluno chegou a MES.

Encenação MortalOnde histórias criam vida. Descubra agora