17 - A dor

351 53 41
                                    

Com o professor Green levado sob custódia para a mesma delegacia de Luton onde se encontrava a Srta. King, Turner e Thompson tiveram uma reunião demorada com seu comissário antes da realização do interrogatório.

Assistiram juntos aos vídeos enviados do hotel onde o Sr. Green se hospedava, revisaram os filmes e fotos fornecidos pelo reitor Brown, tiveram uma discussão acalorada a princípio e chegaram a mesma conclusão no final.

— Só resta uma peça para finalizarmos este quebra-cabeças, então o que estão esperando? — disse a eles o comissário Scott.

Após seus melhores investigadores saírem, ele realizou algumas ligações importantes para facilitar o trabalho de seus homens.

No final sentou-se satisfeito em sua poltrona e relaxou, como se um peso imenso fosse retirado de seus ombros. Agora o que podia fazer era simplesmente esperar...

🔷🔷🔷🔷

O professor Green mantinha uma espantosa calma ao ser conduzido para a sala de interrogatórios.

Não foi algemado em momento algum, pois não demonstrou nenhum tipo de resistência, chegando a sorrir satisfeito ao receber os policiais em sua cela.

— Direto para o cadafalso? — brincou ele com um sorriso.

Ficou por mais de meia-hora sozinho na sala até que os investigadores chegaram, trazendo um retroprojetor portátil e um notebook.

— Pensei que haviam esquecido de mim, senhores...

Turner não o encarou e permaneceu carrancudo enquanto Thompson preparava a apresentação concentrado.

Assim que terminou e a tela do notebook apareceu transparente numa das paredes da sala, Turner levantou-se e apagou as luzes.

Uma imagem ficou refletida na parede atrás do interrogado que permaneceu inabalável.

— Sr. Green — começou Thompson — Gostaria de repensar a ideia de chamar um advogado?

— Não vejo porque...

— Ótimo, no andamento do processo lhe será fornecido um representante legal.

— Muita bondade de vocês! — respondeu o professor impassível.

— Como minha primeira pergunta, gostaria de perguntar ao senhor se reconhece esse homem da imagem.

O professor se virou lentamente e encarou o slide, enquanto Turner prestava atenção em sua reação.

A princípio o interrogado continuou com um semblante inexpressivo, mas com o arrastar dos segundos sua face mudou e uma tristeza a inundou, levando-o às lágrimas.

— Eu... — lamentou ele — Eu o amava...

🔷🔷🔷🔷

Duas horas depois quando os policiais vieram buscar o professor, notaram imediatamente que ele não parecia o mesmo homem que haviam trazido antes.

Com os olhos vermelhos e a cabeça baixa, parecia alguém derrotado, sem forças, prestes a ser conduzido ao seu leito de morte.

Eles acabaram com ele! — pensou um dos policiais e quase sorriu frente ao pensamento.

Os investigadores recolheram tudo e aguardaram. Pouco tempo depois Derick apareceu escoltado por um dos irmãos White, que os cumprimentou com um aceno, fechou a porta e saiu, junto com Turner.

Encenação MortalOnde histórias criam vida. Descubra agora