limelight • zach herron

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O final de semana passou. Segunda chegou, e o jogo também. Nossa escola quase sempre perdia no futebol americano (quase sempre), tínhamos poucos troféus desse esporte na estante de troféus que fica no corredor da sala do diretor.

Nós estávamos nos preparando para o jogo. Eu repassei a coreografia com as meninas umas duas vezes antes do jogo, e Gabs participou.

- Bia, posso falar com você?- Perguntou Clary, no vestiário.

- Claro.

- É sobre o Zach e a fofoca mentirosa que rondou o colégio na sexta- Ela disse, me arrastando para um lugar mais reservado.

- Quer saber? Não fala. Já tenho problemas de mais com ele- Confessei.

- Eu sei. E é exatamente por isso que eu quero que você saiba que não foi ele. Vocês podem se resolver- Ela olhou por trás dos armários, pra ver se alguém estava escutando. Se certificando de que ninguém estava ouvindo, ela continuou- Foi a Mackenzie. Ela é seu grupinho de nojentas.

- Como você tem tanta certeza?- A encarei.

- Eu tenho provas.

Ela realmente tinha. Uma prova e tanto. Era um vídeo da Mackenzie falando com a suas "amigas", confessando tudo. Uma das escravas dela tinha tirado a foto, e ela tinha mandado pra todos. Eu tinha feito besteira. Não acredito que falei tudo aquilo pro Zach, sendo que ele não tinha nada a ver. Fiquei sem reação. A Clary olhos as horas no celular e, vendo que só faltavam dez minutos para começar o jogo, ela foi para a arquibancada.

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O jogo começou. O time rival entrou, e nós começamos a torcer, seguindo a coreografia. Jonah e Jack estavam no jogo, enquanto Corbyn, Daniel e Zach estavam no banco. Só podia ser brincadeira.

Enfim... O jogo foi rolando e estávamos vários pontos abaixo e daí, o treinador pediu um tempo. Ele trocou um dos membros por Zach e ele entrou em campo. Eu não gostei de como ele me tratou ontem no campo, mesmo que a culpa da foto não seja dele. Mas eu tinha que admitir: Ele jogava muito bem.

Conseguimos deixar o placar empatado, graças a ele. Por isso, fui obrigada a gritar seu nome toda vez que ele marcava ponto. Quase toda vez então. Não estava mais com raiva dele por causa da fofoca (estava com raiva da Mackenzie por causa disso), estava com raiva dele porquê ele me disse coisas idiotas ontem. Ele pode ser bom, mas ainda é um babaca.

O jogo finalmente acabou e pra minha surpresa e para a de todo mundo, nós ganhamos. Graças ao Zach ( palavras do treinador, não minhas).

Bom, todos comemoraram, o time rival ficou chateado, o treinador parabenizou a todos e blá blá blá. Não tinha porquê eu continuar ali. Fui pra casa. Passei pelo corredor, mas senti uma mão me puxar. Era forte e estava meio suada. Já sei de quem era. De Zach, óbvio. Mas dessa vez, felizmente, nós não estávamos no depósito do Zelador. Ficamos no corredor mesmo.

- Clary disse que queria falar comigo- Ele disse.

A Clary tinha pirado de vez. Eu não disse isso. Mas já que eu provavelmente iria pensar na possibilidade de falar com ele e depois iria acontecer algo que provavelmente iria me fazer desistir, tomei coragem e falei com ele.

- Eu sei da verdade agora. Não foi você.

- Agora você sabe né?!- Ele revirou os olhos- Se é sobre isso, tchau.

- Zach espera!- Falei, puxando o braço dele de volta- Não fala assim comigo, eu realmente me arrependo.

- Eu cansei disso. Você discute comigo, se arrepende e pede desculpas. Mas depois você discute comigo de novo, pior ainda, depois vem falar comigo de novo e pede desculpas de novo. É sempre a mesma coisa. Você acha que eu não tenho sentimentos? Eu levo pra casa cada palavra que você me diz, sem fazer nada. Eu passo por você nesse corredor todos os dias com vontade de dizer cada verdade pra você e...- Ele respirou fundo- E eu não falo, sabe porquê? Porque eu sei que você não iria gostar, mas quer saber? Eu também não gosto. E esse é seu maior defeito. Você fala de tudo e de todos, mas não deixa que falem de você, mas adivinha? Não é assim que funciona. O mundo gira e qualquer dia você vai sentir o peso de cada palavra que alguma vez você já disse. E vai ficar aqui, no meu lugar, se sentindo a pior pessoas da face da terra.

- Zach, eu...- Derramei uma lágrima.

- O quê? Você sente muito? Já ouvi essa história antes. E ela não tem fim- Ele tentou sair de novo.

-Zach!- O puxei de novo.

De repente, senti que meu coração ia sair pela minha boca. Ele olhou fixamente em meus olhos, contendo suas lágrimas e... Quando percebi, estava beijando ele. De verdade.

- O que você tá fazendo?- Ele separou.

- Eu gosto de você- confessei- não queria admitir antes mas... Agora eu sei que nada me impede disso.

Ele ficou sem reação. Ele apenas ficou olhando pra mim. Dei uma última olhada e saí corredor afora. Olhei para trás um instante e Zach já tinha sumido. Então continuei a andar. Esse foi, realmente, o dia mais cheio de toda a minha vida. E eu não acredito que tive coragem de me declarar pra ele. Tipo: Eu fiz isso! Eu disse que GOSTAVA dele.

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Cheguei em casa e fui direto ao meu quarto. Tomei banho, troquei de roupa e deitei na cama, ainda sem comentários para o que houve hoje. Pelo que Zach disse pra mim, provavelmente eu sairia de lá correndo e chorando como uma menininha de oito anos. Mas eu não fiz isso. Eu beijei ele, e me declarei. Eu nunca faria isso se ele nunca tivesse vindo estudar na minha escola. Mas ele veio, e mudou todo o roteiro.

Eu realmente não sei como ele ficou depois disso. Não parava de pensar nisso, e acho que, depois do que eu falei, ele deve tá pensando na mesma coisa.

Parei de sorrir do nada quando comecei a pensar no que ele tinha dito. Tudo aquilo. Eu não esperava isso dele. Mas isso me fez pensar em outra coisa: nas minhas atitudes com ele. Ele realmente ficou chateado com tudo o que eu disse. Entre um pensamento e outro, acabei pegando no sono. Mas sonhava com Zach, de novo.

Ele realmente tinha ocupado o maior espaço possível que a minha mente tinha a oferecer, mas acho que não só a mente. Meu coração também.