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"Zach narrando"

Uma vez me perguntaram como era uma crise de pânico. Calma, que eu posso narrar melhor agora que eu estava... Tendo uma! Eu odeio a Mackenzie com todas, todas as minhas forças.

A droga da crise começou na minha cabeça, me vendo em um lugar tão apertado como aquele. De repente, a sala pareceu se comprimir, o teto pareceu se aproximar cada vez mais, como se tudo estivesse diminuindo. Eu tentava dizer que está tudo na minha cabeça, não é real, mas aí atinge o físico. Agora eu não consigo escapar.

Minhas mãos e pernas tremiam, eu não conseguia me aguentar em pé. O suor começou a escorrer, minha boca estava seca, e meu coração parecia uma bomba prestes a explodir. Minha respiração era acelerada, e o pior é que eu tentava chamar ajuda, mas é como se minha garganta estivesse sendo enforcada, o que não me fazia reagir. Eu até gritei algumas vezes, mas também era inútil pelo fato de já ter batido o sinal, e todos estavam agora em aula.

Daí minha cabeça começou a girar. Eu estava com medo, muito medo. Sabe aquela sensação que você parece que vai morrer a qualquer hora de um ataque cardíaco? Não sabem né? Mas é bem isso. Não fez muito sentido mas, me entendam... Eu não estava pensando direito...

Daí eu lembrei que meu celular estava no meu bolso. Eu resolvi pegar, e discar o primeiro número que me veio a minha cabeça, alguém que estivesse na escola, alguém que eu sabia que iria me atender, em qualquer circunstância.

Ao mesmo tempo que colocava o celular no meu ouvido, escutando chamar o número, eu sentia minha mão tremer. Eu já estava desesperado. Ninguém atendeu. Eu tentei de novo, caminhando pra trás, tentando ver alguma saída olhando a sala minúscula por completo, mas minha visão estava embaçada. Eu soquei mais uma vez a porta, como se fosse adiantar alguma coisa.

- Zach? Por que está me ligando nesse horário? Espera... Por que tá me ligando?!- Escutei alguém falar, do outro lado da linha. Ela atendeu. Eu me afastei da porta.

Foi muito rápido. Eu não sei no que tropecei, ou mesmo se tropecei em alguma coisa. Eu devo ter pisado em falso, pelo fato de não conseguir mas me manter em pé, e eu caí. Caí pra trás. Eu tentei me segurar na droga daquela estante, por quê que eu fui fazer isso, eis a questão. Ela caiu. Mas ela não só caiu, como me fez bater a cabeça. Caiu em cima de mim. Nesse momento, eu ainda agradeci a sala por ser pequena, e o armário ficou preso na estante, impedindo de me esmagar por completo, mas ainda assim não era nada bom.

Pronto. Tudo estava mais desesperador.

- O que foi isso?!- Eu esqueci do outro lado da ligação. Ela parecia assustada com o barulho estrondoso.

Eu juntei todo o ar que tinha, o que não era muito, e tentei falar alguma coisa.

- B-Bi...Bia...- Eu falava, mas não saía nada além de fracos sussuros.

- Zach onde você está?!- Ela falou, e eu já pude perceber seu nervosismo na fala.

- E-eu... Eu não posso me mexer. Fica... Fica difícil respirar...- Acho que foi a única frase inteira que consegui dizer- E-eu... Eu tô com medo- Senti minha respiração acelerar novamente. Minha visão estava embaçada, é cada vez mais perdia cor. Eu ia desmaiar.

- Zach pelo amor de Deus onde você se meteu?- Bia já estava completamente apavorada.

- É, eu... Ah, Bia, por fav...- EU senti uma pontada na minha perna quando tentava mover um músculo se quer. Eu ouvi o armário ranger e então parei. Senti uma dor na cabeça- Tá... Tá escuro, apertad...- Eu toquei na minha cabeça, sentindo. Olhei para minhas mãos que a haviam tocado, estavam com sangue, meu sangue- Ah, não...

limelight • zach herronOnde histórias criam vida. Descubra agora