끼 좀 부리지마 너 땜에 난 매일매일 불안해
Winner,
Don't flirt.Sento-me na cama de casal no quarto e fito um ponto qualquer na parede cinza do lugar. O lugar está parcialmente escuro, a única luz que entra vem da linha embaixo da porta. Acho um abajur numa mesa de cabeceira ao lado da cama e não pestanejo antes de acendê-lo. Tenho uma visão melhor daquele cômodo e por isso começo a explorá-lo.
Uma estante enorme e repleta de livros chama a minha atenção e eu corro a mãos pelos livros deslumbrada com a variedade de narrativas diferentes que posso achar ali; desde Orgulho e Preconceito até 50 Tons de Cinza. Acho o clássico Romeu e Julieta e não demoro a pegá-lo. Romances trágicos são os meus favoritos, eles retratam bem a minha realidade em particular. O que posso dizer, cada um com seus problemas, o meu, por mais banal que seja, é real e não gosto quando as pessoas desrespeitam isso. Afinal, não é bobagem, pois já dizia Aristóteles: o amor é formado por uma única alma habitando em dois corpos. Não é besteira, muito menos alguma fantasia de criança, é algo que quando manuseado da maneira errada pode ferir e muito qualquer pessoa.
Vou até uma escrivaninha preta e encontro alguns porta retratos neutros dispostos na mesma, decorando-a. Pego um deles e vejo uma criança de seus cinco anos de idade agarrada ao seu pai - suponho. Eles parecem felizes. O menininho seguro uma bola de futebol e esbanja um sorriso gigante enquanto o pai o segura nos seus ombros.
- Voltei... - Mino diz ao entrar no quarto e eu prontamente deixo aquela foto de lado. - Estava vasculhando as minhas coisas? - revira os olhos.
- Depende - respondo, sorrindo sem nenhum motivo e ele rola os olhos novamente. Já deve estar sendo comum para o Mino me ver desta forma, bêbada.
Volto a cama e tento distrair-me com qualquer outra coisa, mas, apesar dos rodeios, minha mente acaba voltando a reviver o nosso beijo minutos atrás. Sinto-me ainda mais desconfortável quando ele se senta ao meu lado na beirada da cama.
- Posso te fazer uma pergunta? - indago, agarrando o lençol da cama.
Mino assente, acho que já sabe o que está por vir.
- Por que me beijou? - minha voz sai rouca e eu tenho que limpar a garganta no meio da frase.
- Oh, isso - ele ri. - Não foi nada demais, posso beijar qualquer uma.
Suas palavras são secas e apenas com isso ele consegue deixar meu sangue borbulhando. Pode ser nada demais para ele, mas como uma romântica incorrigível o primeiro beijo entre duas pessoas é a coisa mais especial e significativa do mundo para mim. As pessoas hoje em dia não se importam mais, posso confirmar isso pela quantidade de jogos infantis que vejo os adolescentes jogando na faculdade. Todos envolvem beijo ou carícias em completos desconhecidos. Às vezes me levo a pensar que nasci no século errado, talvez tenha sido meus livros de romances épicos que me levaram acreditar nisso mas cada dia tenho mais convicção de que preferiria viver em uma época onde um beijo na mão era a maior das liberdades do que viver em pleno século vinte e um onde um beijo não é nada demais.
Guardo meu discurso poético e problemático para mim, tentando evitar uma briga sem sentido de acontecer, até porque já o beijei antes mesmo que não me lembre de nada, sei disso.
- Quer dizer... não quis dizer qualquer uma, só... - acho que Mino percebe o quão desconfortável fiquei diante do seu comentário e tenta consertar as coisas.
- Não precisa dizer nada - rio fraco, olhando para a bainha do meu vestido que subiu um pouco por estar sentada. - Só nunca mais me beije para calar a minha boca, se isso não é algo importante para você, para mim é.

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Body | Mino
Fanfiction[✓] Eleita uma das histórias destaque da página inicial do Wattpad em 2021 na categoria fanfic🎖️ [Concluída] Um coração partido, um bar bastante movimentado e uma garota aos prantos numa mesa em um canto mais afastado. Um clássico playboy, daquele...