Body | Mino

Capítulo 49

밀지 마 날 버려 두지 마
또 나를 울려도
오 아프게 해도
하지만 이것만은 알아줘
넌 나의 마지막
사랑이란 걸 말야

Wendy & Seulgi,
Don't push me.

     Levanto do chão ainda fazendo contato visual com Mino.

     Ele mantém uma pose casual - com as mãos nos bolsos da calça - e expressão séria, mas no fundo, já deve ter completa noção do meu motivo de estar aqui.

     Encaro seu rosto pelo tempo seguinte, não sei exatamente quanto, mas agora não sei as palavras certas a se dizer. Ele também não parece saber o que dizer. Nesse meio tempo, calculo quantos passos devem ser necessários para chegar até ele e abraçá-lo com todas as minhas forças e dizer o quanto sinto muito por tudo, até quando levei a conversa para esse lado delicado da sua vida sem querer, mas a minha parte magoada com a mentira me impede de fazer isso agora.

     É só o tempo de eu concluir que seriam preciso cinco passos largos para Mino entreabrir os lábios e ameaçar dizer algo, porém, por impulso, eu dou um passo a frente, fazendo ele os fechar automaticamente e tensionar os ombros.

     É, sua pose neutra é na verdade uma farsa. Ele está tão tenso quanto eu.

     - Você sabe? - Ele pergunta por fim e eu engulo em seco.

     Ainda sem saber ao certo o que dizer, eu avanço a passos lentos até estar a poucos centímetros de distância do Mino. Sem ter mais coragem de encarar seus olhos, agora tão perto, eu fito seu peito coberto por um suéter azul marinho e procuro não desmoronar na sua frente.

     - Você sabe? - Ele repete, suspirando em seguida, dessa vez as palavras soando bem mais intensas e próximas de mim.

     Determinada a não respondê-lo, estico a mão lentamente e a pouso no seu peito. Sinto as batidas aceleradas do seu coração e um nó se forma na minha garganta.

     Ele está vivo, por alguma razão, confirmar isso ao tocá-lo me consola. E ainda bem que está aqui, tão perto de mim.

     Enrugo o queixo numa careta de choro e em seguida bato o punho cerrado contra seu peito, num impulso inesperado. Não foi forte o suficiente para fazê-lo se mover, então desfiro outro soco, dessa vez mais forte.

     E assim eu bato outra vez, e outra, e outra... até ter a visão embaçada com lágrimas que descem sem parar.

     - Eu te odeio - profiro de repente, diante das minhas emoções a mostra, pensando nas vezes em que ele poderia ter me contado tudo. - Eu te odeio! - Grito desta vez, desmoronando, exatamente como pretendia não fazer segundos atrás.

     Bato nele mais vezes, embora não esteja surtindo efeito - pelo menos físico - no seu corpo.

     Continuo gritando coisas desconexas com ele enquanto aplico força nos meus socos, na tentativa real de machucá-lo tanto quanto ele tem feito isso comigo implicitamente. Mino apenas me assiste, não tenta me impedir em nenhum momento.

     Quando me acalmo, pairo o punho cerrado no ar antes de bater nele outra vez.

     - Por quê...? - Pergunto em um sussurro, pousando o punho no seu peito sem aplicar força e abaixando a cabeça para olhar nossos pés tão próximos. - Por que não foi honesto comigo? Por que não me disse que...

     Contraio os lábios, engolindo as palavras que estavam prestes a sair pela minha boca. Se elas saíssem, seria mais real a dor e raiva que paira sobre meu peito aberto pelas feridas causadas por ele.