Capítulo 36

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너와나 입을 맞춰 I feel good

Mamamoo,
Décalcomanie.

     Formo mais uma bolinha na mão e jogo outro lenço no lugar vago no sofá, bem ao meu lado. Automaticamente, Mino revira os olhos secos mais uma vez e me entrega outro lenço de maneira tediosa e copiosa.

     - Você já não disse que o final é feliz? - Pergunta no meio de um suspiro. Ele ainda parece remoer o pequeno spoiler que eu deixei escapar sem querer minutos atrás.

     Fungo o nariz e assinto.

     - Então por que está chorando? - Questiona, batendo na testa com tamanha obviedade, concluindo seu raciocínio. - Finais felizes devem ser comemorados.

     - E-Eu sei - falo com a voz embargada e falha, enxergando tudo embaçado e iluminado na TV e notando a ponta do meu nariz agora avermelhada e maior. - Mas é só que... - assoo o nariz - é tudo muito lindo!

     - Certo, certo - Mino dá tapinhas frias no meu ombro, encerrando aquela conversa, e depois me abraça de lado durante todo o resto do filme, onde ele continua distribuindo lenços até o meu choro se cessar, ou melhor, até os lenços acabarem.

[...]

     - Gostou? - Pergunto da cozinha com a voz embolada e abafada, com um copo de água preso entre os dentes e um sorriso de expectativa latente na face.

     - Foi legalzinho - responde, dando de ombros e recolhendo todo o lixo do chão da sala. - Acho melhor beber mais de um se quiser recuperar parte da água que perdeu. - Avisa, chegando na cozinha com sacos e mais sacos de doces, além das latas dos refrigerantes e duas caixas de pizza. Não sei como, mas ainda sobrou algumas fatias da terceira.

     Termino de beber água e quase consigo me esgueirar para fora da cozinha sorrateiramente, quando Mino me intercepta estendendo mais um copo cheio bem na minha frente.

     Olho para o copo e depois olho para ele. Mino foi tão rápido em se livrar do lixo e encher o copo que eu quase admiraria sua agilidade, pelo menos se ela não fosse demonstrada nesse momento.

     Travamos uma batalha silenciosa de olhares cerrados e desafiadores até eu bufar, desistir e pegar o copo da sua mão.

     - Te odeio - murmuro baixinho.

     - Também te a... - por impulso, Mino quase ia entrando num território muito perigoso e me pegando totalmente de surpresa com aquelas duas palavrinhas tão perigosas. Porém, ele para antes que possa completar a frase e pigarreia, coçando a nuca, constrangido.

     Arregalo os olhos e viro o corpo de costas para ele. Mantenho-me quieta, bebendo a água até o fim em goladas grandes para esquecer esse deslize. Depois, estico meu corpo sobre um balcão de granito que divide a sala da cozinha e pergunto:

     - Qual parte você mais gostou?

     Mino senta-se no sofá de maneira relaxada e responde:

     - Os créditos - parece pensativo. - Ah, como eu amei os créditos! - Um sorriso ladino cresce no seu rosto.

     Reviro os olhos de imediato e faço bico. Já era de se esperar que Mino não fosse gostar, como dá última vez. Mas ele bem que podia ter feito um esforço para ver algo bom na história, poxa. Cartas para Julieta é um dos meus filmes favoritos.

     Faço uma cara de decepcionada tão óbvia que Mino percebe e vem até onde estou com um sorriso doce no rosto. Ele para do outro lado do balcão e me encara profundamente, como se estivesse transmitindo seus pensamentos mais escondidos diretamente para meu cérebro.

Body | MinoOnde histórias criam vida. Descubra agora