Body | Mino

Capítulo 53

Baby 떠나자 둘이서
전화기는 비행기 모드
너와 함께면 어디든
아마 그곳은 무인도

Winner,
Island.

     O improvável aconteceu ontem à noite: a Solar apoiou minha decisão. Eu contei a ela um dia antes de ir embora, com tudo já organizado e já preparada para ser irredutível quanto a qualquer argumento que ela pudesse usar para me fazer desistir dessa ideia. Mas, para a minha surpresa, Solar apenas suspirou contra o telefone após segundos em silêncio e me desejou boa sorte; disse que tudo ficaria bem e que qualquer coisa eu poderia ligar e pedir ajuda.

     Meus pais também me apoiaram. Na verdade, era o mais provável de acontecer. Eles sempre apoiaram a ideia de eu desistisse da faculdade para viver trabalhando temporariamente em lugares diferentes, contanto que me rendesse aventuras em diferentes países. Então, foi fácil convencê-los de que esse é o meu plano maluco com meu namorado e ele vai funcionar. Por sorte, não haverá punições e eu ainda terei o apartamento quando retornar.

     No final das contas, apenas os pais do Mino que não acataram bem a ideia. Ele me contou ontem, por telefone, da briga que tiveram quando sua mãe o viu terminando de organizar as coisas. Aparentemente, foi algo intenso, embora Mino tenha garantido que não haverá danos na sua relação com os pais. No final, tudo ficará bem quando ele cumprir o combinado de ligar para eles todos os dias e voltar sã e salvo para casa.

     Ponho o cinto de segurança e respiro fundo, encarando a estrada vazia a minha frente. Mino aperta minha mão sobre meu colo e, quando o olho, este sorri amoroso.

     - Aconteceu algo? Quer desistir? - Pergunta.

     Nego.

     - Estou com um friozinho na barriga. É uma sensação boa, na verdade.

     Seu sorriso se abre mais.

     - Então, vamos fazer isso - beija a costa da minha mão e a solta ao deixá-la sobre meu colo novamente.

     Logo, Mino liga o carro e assim começa a nossa viagem até o primeiro destino, o qual não sei ainda qual é por ser uma surpresa.

[...]

     Desço do carro e a brisa fresca vinda da praia bate contra meu corpo, fazendo-me encolher de imediato até sentir um pano quente e mãos geladas envolverem os meus ombros. Ao olhar para trás, já com um sorriso no rosto, encontro o olhar cuidadoso do Mino direcionado a mim. Trocamos olhares cúmplices rapidamente e depois voltamos a olhar para o horizonte a nossa frente.

     Viajamos por horas. Ele prometeu que a espera valeria a pena e, de fato, valeu. A vista do horizonte para além do oceano é linda.

     - Acho que calculei certo. Chegamos em um ótimo momento para apreciar o pôr do sol - comenta, apoiando o queixo no topo da minha cabeça.

     - Tem razão. O que acha de caminharmos um pouco na areia?

     - Acho uma ótima ideia.

     Afasto-me o suficiente para segurar a mão dele e logo estamos afundando nossos pés na areia ao andarmos pela praia acompanhando a linha da água. Apesar de ser uma visão muito bonita, só de olhar para a água meu corpo estremece.

     - Eu não sei nadar - acabo comentando, descontraída. - Também nunca tive interesse em aprender. Na verdade, tenho certa fobia do mar, talvez por não saber o que posso encontrar nessa imensidão.

     - Não sabe o que está perdendo - Mino sorri fraco e abraça meus ombros. - Podia ficar horas dentro d'água sem qualquer problema. Me traz paz.