Capítulo 46

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가슴이 먼저 왜 내려앉는지

Chanyeol & Punch,
Stay with me.

     Mais um dia começa. Infelizmente, o único raio solar que consegue ultrapassar as cortinas fechadas do meu quarto acaba me acordando.

     É, mais um dia começa. O sexto, desde a minha trágica e precoce volta para casa.

     Aquele foi um dia triste, diga-se de passagem, ainda mais quando cheguei em casa e não encontrei o colo da minha mãe para chorar por horas até a dor no meu peito encolher-se um pouco e amenizar o aperto no meu coração. Eu não a encontrei infelizmente, pois ela e papai viajaram novamente. Levaram suas malas e tudo mais, deixando apenas um bilhete dizendo que mais uma aventura os esperava na África.

     Bom, pelo menos eles devem estar felizes.

     Eu, agora, estou apenas existindo. Minha cota de lamen está acabando e ainda estou tentando arrumar forças para sair desse apartamento - agora tão grande para apenas uma pessoa. Tudo aqui me faz lembrar dele, seu cheiro ainda está presente nos meus lençóis, todos eles, e eu não tenho coragem de trocá-los, pois seu cheiro é uma das únicas coisas que me restam.

     Me reviro na cama, resmungando, e encaro o teto. Respiro fundo algumas vezes e fecho os olhos para conter as lágrimas. É um exercício matinal, certos dias eu consigo segurar, outros não.

     Quando dá dez horas da manhã, me levanto e vou até a cozinha. Deixo uma panela com o macarrão no fogo enquanto, rapidamente, vou ao banheiro.

     Estou um caco, constato, fitando meu reflexo.

     Olheiras de noites mal dormidas, rosto pálido da alimentação pouco saudável, cabelo desgrenhado da falta de penteá-los... Estou horrível, esgotada emocional e fisicamente.

     Dou de ombros para quebrar o transe e abaixo a cabeça quando não consigo mais me ver sem sentir pena de mim mesma.

     Escovo os dentes e, tão rápido quanto cheguei, eu volto para a cozinha.

     Prendo meus cabelos em um coque mais apertado e desligo o fogo, tirando o macarrão já pronto de lá.

     Como tudo ainda quente e queimo a minha língua no processo, mas pareço anestesiada demais para me preocupar em demonstrar a dor.

     Eu já venho demonstrando ela durante seis dias.

    Jogo a panela na pia e tiro um pacote de salgadinho do armário. Vou até a sala e me jogo no sofá numa posição bem rabugenta.

     Ligo a TV e, como consequência, acho meu celular debaixo de uma almofada.

     - Hum... então você está aí - murmuro, pegando o aparelho e checando se ele ainda está com bateria.

     Já fazem pelo menos três dias desde que não pego nele e, realmente, sua bateria acabou.

     Jogo ele de volta no sofá e abro o pacote de salgadinho. Assisto um dorama qualquer que, aparentemente, não esta mais no primeiro episódio e apenas encaro a tela sem entender o que está acontecendo a essa altura da história.

     Afundo a cabeça e me aconchego da maneira que posso até o dorama ficar tão chato e monótono que eu acabo dormindo novamente.

[...]

     Acordo assustada e com lágrimas molhando meu rosto.

     Mais um pesadelo. Na verdade, este foi tão real, representando exatamente a minha solidão de agora.

Body | MinoOnde histórias criam vida. Descubra agora