Capítulo 48

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난 말없이 널 보고 있다
널 보면 내 숨이 멎는다고
헤매고 찾던 넌 바로 나의 곁에
니가 미워지면 자꾸 미워지면

Hyolyn,
I miss you.

Whee In

   Não tenho tempo para recepcionar a notícia de uma maneira boa - como se houvesse alguma forma de fazer isso. Meu cerébro parece não funcionar direito cada vez que repito as palavras da Solar na minha mente, num eco cada vez mais alto e atordoante.

     Por isso ela está chorando. E por isso eu estou chorando também.

     Mino está doente.

     Mino tem poucos meses de vida.

     O meu Mino vai morrer por falta de tratamento para a leucemia. Ele não contou a nós duas, mas Jisoo sabia... E Jisoo abriu o jogo para Solar. Por isso eles não eram mais amigos.

     Entre nós, o silêncio paira. Nem mesmo os barulhos da cafeteria conseguem irromper a situação de transtorno presente em nossas faces. Meu peito sobe e desce num ritmo acelerado, estou agarrada a mesa com ambas as mãos e os olhos alheios olhando para um ponto qualquer enquanto as lágrimas descem pelos meus olhos.

     É um choro silencioso, no meu caso, esse é o pior de todos.

     Não sei a quanto tempo estamos assim, mas nada pode ser dito para distribuir o peso da notícia e torna-la mais leve de conviver com. Solar sabe disso, por este motivo ela não tenta me consolar. Seria ainda pior.

     - Eu tenho que ir - declaro de repente, pondo força sobre a mesa e me colocando de pé. - E-Eu tenho que ir atrás dele. - Digo, meu tom de voz transmitindo que essa é a atitude mais óbvia a se tomar.

     Pego minha bolsa rapidamente e olho para Solar apenas a tempo de vê-la assentir e me deixar ir, sem dizer nenhuma palavra.

     Corro até a rua e me deparo com o sol prestes a se pôr. Não tinha reparado que estávamos a tanto tempo naquela cafeteria.

     Estendo o braço para o primeiro táxi que passa e entro rapidamente, já dando ao motorista o endereço da casa dos pais do Mino. Não é muito longe daqui, se bem que a ansiedade e a angústia crescente no meu peito tornam o caminho uma tortura. Eu não consigo pensar em nada além da notícia, eu não consigo pensar em nada além dos sinais.

     O vômito, a falta de apetite, a esquiva do passado, a lista de desejos... A droga da lista de desejos!

     É apenas a isto que me atenho todo o caminho, naquela lista constam os últimos desejos bobos do Mino. Desejos simples que as pessoas deixam em segundo plano por pensarem ter todo o tempo do mundo para realizarem, mas a vida é mesmo uma caixinha de surpresas. E, eu agora sei que Mino não tem todo esse tempo.

     Desço do carro na frente da mansão ao chegarmos e dou algumas notas ao motorista. Além de agradecer-lhe mentalmente por não ter perguntado o motivo das minhas lágrimas. Explicar tudo seria pior.

     Corro até a campainha do portão e a aperto algumas vezes, na esperança de ser atendida por alguém. Não demora muito para a porta se abrir e uma senhora de meia idade, cabelos desgrenhados e postura curvada surgir do lado de fora da casa.

     Educadamente, embora ainda agoniada, eu curvo o meu corpo numa reverência de respeito e digo:

     - Boa tarde, a senhora sabe me informar onde posso encontrar...

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