Body | Mino

Capítulo 52

Oh every time I see you
그대 눈을 볼 때면
자꾸 가슴이 또 설레여와
내 운명이죠
세상 끝이라도
지켜주고 싶은 단 한 사람

Chen & Punch,
Everytime.

     Engulo em seco e o afasto de mim com um leve empurrão, a proximidade não me ajudaria a pensar direito. Salto da bancada e ando de um lado para o outro, processando sua pergunta tão simples, mas tão complicada de ser respondida. À minha boca, levo o dedo indicador e começo a roer o canto da unha, nervosa.

     - Como assim "fugir"? - Pergunto por fim. - Quero dizer, nós temos uma vida aqui, não podemos simplesmente largar tudo e... - suspiro, sem saber exatamente como continuar a frase sem acabar falando algo que o magoe.

     Não que eu não queira aceitar a proposta, na verdade, no fundo, uma parte de mim está querendo se jogar de cabeça nessa ideia maluca e ir para o mais longe de todos, com apenas ele ao meu lado. Mas a acomodação a esta vida rotineira e a ideia de o tirar de perto dos pais neste momento delicado não me permite me entregar por completo a ideia.

     - Não há muito o que explicar - sorri de lado, desconcertado, coçando a nuca. - Eu só quero conhecer lugares com você ao meu lado, quero passar cada segundo da minha vida com você.

     Hesito ao ouvir suas palavras e sentir meu coração bater mais forte, de maneira quase dolorosa demais para aguentar. Meus pés param de se movimentar e eu viro o corpo para o encarar. Mino está encostado na bancada, parece relaxado e tranquilo, não deve ter noção do quanto isso me atingiu. Como sempre, ele explica da maneira mais simples e direta o que quer, e, confesso, é o que quero também, embora os receios.

     - Mas... para onde iremos? Seus pais não vão gostar da ideia...

     - Whee In, pouco me importa o que eles pensam - se aproxima de repente, quase recuo pela distância diminuída. - Eles tentaram te fazer desistir de nós dois. É difícil não lembrar disso toda vez que os vejo, ou toda vez que minha mãe pergunta se eu já terminei com você - Mino molda meu rosto com suas mãos e encosta sua testa na minha. - É difícil viver com pessoas que não aceitam a mulher que gosto.

     Engulo em seco. A intensidade perpassada pelo seu olhar não me deixa pensar de forma coerente. É quase como ele suplicasse, me mostrasse o seu coração aberto e seus receios; me dissesse implicitamente que não temos muito tempo juntos e essa é a nossa forma de aproveitarmos. 

     Meu coração só amolece a cada segundo.

     - Como você soube? - Consigo perguntar, ignorando o sentimento ruim que se instala na boca do meu estômago.

     - Ela me contou que tinha dado conta de você, pensou que tinhamos terminado e você nunca mais me veria.

     - Não devia brigar com seus pais - balanço a cabeça em negativa e desvio o olhar para o chão, mas Mino ergue meu rosto rapidamente e não me deixa fugir do assunto em questão.

     - Não vamos falar deles, por favor. Só quero que pense em nós dois quando tiver uma resposta.

     Umedeço os lábios e respiro fundo. Mino não me solta por um segundo, ele ainda está com aquela expressão no olhar e expectativa e aflição latente na sua expressão. Não é algo que me deixe pressionada, mas que me faz querer de maneira menos racional e mais impulsiva.

     O encaro em silêncio, pensando o que dizer, até que de repente algo me vem em mente e eu sorrio internamente com a ideia. O olho de maneira travessa e peço: