I gotta convince myself I don't want it even though I do
Selena Gomez,
Back to you.
Meu coração acelera em questão de segundos, e meu instinto de proteção diz para me afastar e me esconder em algum lugar até ele ir embora. Mas, antes que eu possa me mexer, como se sentisse minha presença, Minho vira o rosto em minha direção e me encara intensamente. Ele não se dá o trabalho de vir até onde estou, pois sabe que eu terei de entrar no apartamento, eventualmente. Sua expressão se mantém neutra e leve, como se não houvesse nada errado entre nós.
Após me permitir congelar e encará-lo de volta na mesma intensidade, recobro o raciocínio e aperto com força as duas garrafas de soju que carrego nas mãos em resposta a sua presença aqui. Meu sangue parece ferver e o coração gritar, em alerta, para todo meu corpo que o cara que eu gosto está aqui, bem na minha frente. Acontece uma dança mista de sentimentos inconstantes dentro de mim agora; raiva, dor, angústia, felicidade - ainda que contida e quase inexistente - e... saudades, eu acho. Tudo acumulado e confuso surge em questão de poucos segundos.
Suspiro e procuro ignorar tudo. O segredo é apenas tratá-lo com indiferença, pois é assim que a razão deve funcionar, repito mentalmente.
Quebro o contato visual com o Minho e ando até uma lixeira próxima à mim. Jogo as garrafas dentro dela e torno a andar, dessa vez em sua direção. Com sua atenção presa à mim, aquela curta caminhada parece ter tomado a proporção do precurso de uma maratona olímpica. As palmas das minhas mãos dão sinais do quão nervosa estou pela forma como o suor se acumula na superfície, tenho de enxugar as duas na lateral da calça para me manter focada.
- Whee In, podemos conversar? - ele pergunta, sua voz levemente rouca batendo diretamente contra meu ouvido quando viro nos calcanhares e fico de frente para a porta. - Eu falei com seus pais e eles disseram que você logo voltaria. Estava te esperando apenas para conversarmos.
Ah, claro, e eu deveria estar emocionada por isso, certo? Penso, contendo a vontade de revirar os olhos crescendo em mim.
Mantenho-me em silêncio e procuro as chaves da porta em todos os bolsos que carrego comigo. Desde o da calça jeans até o do moletom cinza que visto.
Nesse meio tempo, Mino aproveita para falar.
- Até quando vai me ignorar? - Sua voz sai baixinho, quase como se ele fosse um gatinho espantado. Em seguida, ele apoia a lateral do corpo na parede, ficando dessa vez de frente para mim, e continua: - Nós não conversamos direito naquela noite. E o Jisoo estava ali apenas para envenenar sua mente.
Por impulso, acabo soltando uma risada sarcástica que não passa despercebida por ele. O fato dele ter trazido o Jisoo na nossa conversa me deixa frustrada, pois ele parece estar sempre numa disputa interna por algo com o "amigo". Eu não quero ficar no meio disso. Tudo que desejo é uma boa explicação, não acusações a uma pessoa como o Jisoo, no qual mal falo.
Mino arqueia uma sobrancelha, confuso, em resposta àquela atitude nem um pouco típica da minha parte. Noto tudo isso enquanto o observo de soslaio, o pânico crescendo dentro de mim com medo de não conseguir ignorá-lo por muito tempo e acabar falando.
- Por favor, Whee In - suplica, uma lufada de ar quente saindo diretamente da sua boca e batendo contra minhas bochechas. Meu corpo estremece por dentro, um turbilhão de sensações boas circulando apenas por sentir seu hálito quente de pasta de dente. - Eu vou me manter bem longe de você o tempo todo, apenas... me escuta.
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Body | Mino
Fanfiction[✓] Eleita uma das histórias destaque da página inicial do Wattpad em 2021 na categoria fanfic🎖️ [Concluída] Um coração partido, um bar bastante movimentado e uma garota aos prantos numa mesa em um canto mais afastado. Um clássico playboy, daquele...