CAPÍTULO 8 - (PARTE 2)

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 Na manhã seguinte...

Gabriel

Acordei feliz, somente pelo fato de conhecer melhor minha nova "amiga".

Desci e fui tomar café com a minha mãe, que já estava sentada á mesa me esperando.

— E aí filhinho, dormiu bem? – perguntou ela com um largo sorriso no rosto.

— Otimamente bem.

— O que aconteceu pra você estar tão alegrinho?

— Nada, mãe.

— Me conta Bielzinho. É alguma garota?

Detesto esse jeito de minha mãe me tratar. Meu sinto um idiota.

— Mãe, primeiro para com esse negócio de Bielzinho, e segundo, é mais ou menos isso.

A senhora ficou tão eufórica que chegou a bater palmas: — Ai que legal! Espero que dê tudo certo entre vocês, que...

Eu, é claro, tive que controlar a situação: — Não exagera, mãe. Ela é só uma garota que estou conhecendo. – esclareci enquanto passava manteiga no pão, ainda de pé.

— O amor começa das melhores amizades.

— Não no meu caso. – cortei.

— Coraçãozinho difícil de se apaixonar, e eu entendo o motivo, depois de tudo o que aconteceu... Mas meu instinto de mãe não me engana. Você está caidinho por essa garota.

— Não viaja valeu senhora? – ri zoando.

— Quando irei conhecê-la?

Nem tive tempo de responder, meu velho já desceu as escadas me esculachando.

— É só isso aí que você sabe fazer né? Ficar com sua banda inútil e viver historinhas fajutas de amor. – esbravejou pondo-se de frente pra mim.

— Henrique, não fale assim com ele. – pediu minha mãe calmamente.

— Não defenda esse garoto, Elizabeth! Eu já estou irritado com ele há tempos. Esse rapazinho só se preocupa com ele mesmo.

Estava engolindo quieto, mas definitivamente não conseguia o ouvir falando de mim assim e aceitar.

— Olha pai, eu te agradeceria muito se o senhor parasse de se meter na minha vida. – falei num tom bastante moderado, largando a faca na mesa.

O velho se irou, aumentou a voz e disse fazendo gestos bruscos com as mãos: — Eu sempre te dei tudo, e você nunca fez nada pra me retribuir!

O encarei e disse seriamente: — Acontece, que eu não te pedi nada.

O clima ficou super pesado, e minha mãe, sempre ela, tentou acalmar os ânimos alterados.

— Gabriel, não responda seu pai! – ordenou. — E você Henrique, deixe o nosso filho em paz. – pediu levantando-se e afastando o velho de mim.

Sem ter o que dizer, ele quis jogar a culpa de tudo o que estava acontecendo, na minha mãe.

— Você o protege né? Por isso que ele é assim mimado, faz o que quer e não está nem aí pra nada. A culpa é sua!

— A culpa não dela. Eu faço o que eu gosto, e o senhor ao invés de se preocupar com sua vida, quer se meter na minha, me controlar e fazer do seu jeito. – me revoltei.

Por fim, ele se deu por vencido, mas antes, teve que me dar o último golpe.

— Pra mim chega! – gritou. — Tenho que ir trabalhar. Não vale a pena perder nem mais um minuto do meu tempo, com um filho inútil como você.

Meu pai me deu as costas e saiu. Ele não sabe como essas palavras me fizeram mal. Me senti um nada. Minha mãe, como sempre, veio me amparar.

— Filhinho, não dê importância ao que seu pai disse. Ele está de cabeça quente. – acalmou-me enquanto afagava meus cabelos.

— Está tudo bem mãe, não se preocupe.

— Olha, eu só quero te ver feliz, tá bom? Estarei sempre aqui pra te apoiar em tudo o que você fizer.

Ela me abraçou e eu retribui com um abraço mais forte e um beijo no rosto.

— Obrigado mãe, isso era tudo o que eu precisava ouvir. Obrigado por ficar ao meu lado.

— Sou sua mãe, e te amo muito! Não importa o que você faça. Sempre foi um ótimo filho e sei que isso não mudará nunca.

— Pode ter certeza disso mãe. A senhora é o amor da minha vida.

Sorri para ela, e fui para o meu quarto. As palavras dela fizeram eu me sentir um pouco melhor, mas o que meu pai disse, me deixou pra baixo pelo resto do dia.



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