CAPÍTULO 9 - (PARTE 3)

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Gabriel

Cheguei em casa, tomei um banho e me arrumei para ir ao cinema. Venci a aposta, e estava doidinho para receber meu prêmio.

Ás 08h30min da noite, na fila da bilheteria...

— A próxima sessão começa só ás nove. – informei.

— Então vamos dar umas voltinhas aqui pelo shopping Bielzinho.

— Bielzinho, não! – rebati. — Já basta minha mãe me chamando assim.

Caímos na risada.

— Que filme vamos ver? – ela perguntou.

— O que você quiser. – galanteei.

— Tá bom então... Eu quero ver "Tudo tem seu preço".

— Mandou bem.

Comprei os ingressos e nos sentamos num dos banquinhos que ficavam no terceiro piso do shopping, conversando até o início da sessão.

A noite estava fria, então nos sentamos bem próximos, com uma perna deitada em cima do banco e outra perna apoiada no chão, assim ficamos de frente um para o outro.

— Posso te fazer um pergunta?- perguntei colocando meu braço sobre o assento, ficando assim mais á vontade.

— Pode.

— Quantos namorados você já teve?

— Três. – Babi respondeu.

— E não ficou com nenhum deles?

— Eu nunca tive sorte no amor, sabe. – ela abaixou a cabeça, para logo depois, voltar seus olhos para mim novamente. — Meu primeiro namorado me trocou pela minha melhor amiga, meu segundo não estava nem aí pra mim, e o terceiro terminou comigo, simplesmente para voltar com a ex dele.

— Nossa, qual é o seu problema? – zoei.

Ela riu e debateu: — O problema não é comigo, seu palhaço! – Babi deu um tapinha no meu braço. — Eles que não me valorizaram como eu mereço.

— Sei como é. Quem perdeu foram eles e não você.

— É assim que eu penso.

Nos olhamos nos olhos por alguns segundos, mas ela cortou o clima que pintaria, com uma pergunta: — Mas e você? Como anda sua vida amorosa?

Sorri e respondi: — Eu sei que não quero me casar tão cedo.

Babi

— E por que não?

— Porque ainda tenho muitos sonhos pra realizar, e quando eu tiver uma família, vou viver pra eles, não só pra mim. Então tenho que fazer tudo o que pretendo, na minha vida de solteiro.

— Gostei do seu modo de pensar. – elogiei com um sorriso. — E quantas namoradas já teve o senhor?

— Uma.

— Uma???? – me surpreendi. Ele é muito gato pra ter tido somente uma namorada.

— É, ficamos juntos por quatro anos. Chegamos até a ficar noivos.

— Nossa, e por que terminaram?

— Queríamos coisas diferentes, aí cada um seguiu seu caminho. – explicou parecendo estar ainda um pouco ressentido.

— E isso foi há muito tempo?

— Tem mais ou menos um ano atrás.

— E ainda gosta dela? – eu quis saber receosa.

Gabriel sorriu e perguntou: — Por quê? Está com ciúmes?

Gabriel

Ela avermelhou-se e debateu um pouco nervosa: — Ih, não começa Gabriel! A conversa estava séria, até você vir com esses seus comentários fora de hora.

— Ficou bravinha? – provoquei fazendo biquinho.

— Fiquei! – Babi respondeu seriamente.

— Fica calma. Pra sua felicidade, não sinto absolutamente mais nada por ela.

— Minha felicidade? Se enxerga meu filho! – ela disse revoltada.

— Deu pra notar que você ficou bem alegrinha com a minha resposta. – alfinetei.

Ela então me olhou fixamente, e perguntou: — Por que está tão eufórico? Você quer que eu esteja feliz por isso?

— Até que você fica lindinha, nervosinha. – desconversei.

— Não muda de assunto! – ela segurou de leve em meu rosto.

— Só estou te elogiando. – sorri.

— Muito engraçadinho! Pena que eu não tenho nenhum elogio pra você. – ela rebateu a provocação, cruzando os braços.

— Com certeza tem, só não quer me dizer.

— Pior que não. Como posso ter elogios pra uma pessoa tão irritante como você? – justifiquei com um sorrisinho debochado.

— É, posso ser irritante, mas você curte muito ficar comigo, senão não teria aceitado o meu convite.

— Só aceitei porque não tinha nada melhor pra fazer.

Babi

Quando eu disse isso, senti que peguei pesado com meu loirinho. Ele abaixou a cabeça e ficou sem palavras.

Então contornei na hora a situação: — E também, não sei porquê, mas... Gosto da sua companhia.

Ele sorriu, segurou na minha mão e disse: — Também gosto da sua.

Bastante nervosa, quebrei de novo o clima que estava para nascer, com uma pergunta pra lá de idiota: — Vai me dizer ou não o significado de pimpolha?

— Ah sim! Significa "garota chata".

O empurrei de leve e disse rindo: — Seu sem graça!

— Você quer que signifique o quê? – ele riu.

— Nada! Vamos mudar de assunto.

— Tudo bem. – Gabriel concordou. — Posso te fazer outra pergunta?

— Virou repórter agora?

Ele sorriu e pediu: — Só responde, sim ou não.

— Sim. – respondi seriamente.

Ele fitou seus olhos no meus por uns segundos, afagou os meus cabelos e perguntou carinhosamente: — Babi... Você gostou d'eu ter vencido a aposta?

Meu coração acelerou tanto, mais tanto, que eu ao invés de responder: "Sim! Era tudo o que eu queria!" Acabei dizendo: — Eu não sei.

Amor Entre AmigosOnde histórias criam vida. Descubra agora