Capítulo 47

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Eu passei pelo Diogo como um foguete, atravessando a porta e seguindo em direção as escadas, ele ficou mais alguns instantes parado lá em cima, provavelmente tentando entender o que se passava comigo.

— Já estou aqui. — Falei, chegando ao final da escada.

A babá se encontrava parada em pé próxima a porta, ela era muito bonita, ruiva — não natural — branquinha e com olhos castanhos.. Parecia ter mais ou menos a minha idade, ou talvez um ano a menos, uns 27 anos..

— Muito prazer Jennyffer, sou a Layla. — Ela respondeu, estendendo a mão esquerda para me cumprimentar.

— Eu não tenho muito tempo, preciso ir.. — Respondi, apertado sua mão estendida enquanto reparava que ela me olhava estranho.

Provavelmente, ela devia estar se perguntando o que aconteceu antes dela chegar, pois eu desci as escadas tão depressa para fujir do Diogo, que nem me olhei no espelho, a minha aparência deve estar lastimável.

— Aconteceu alguma coisa ? — Ela me perguntou, confirmando minhas suspeitas e estreitando os olhos.

— Oh não, me desculpe.. Não quero falar sobre isso. — Respondi, tentando não parecer rude.

— Está bem.. Onde estão as crianças ? — Perguntou, enquanto passava os olhos por toda a casa.

Eu fui lá em cima, passando pelo Diogo que descia as escadas.. Ele me lançou um olhar de especulação, mas eu o ignorei. E então eu pedi para que a Layla me acompanhasse, para mostrar a ela o quarto onde os meninos estavam, e assim foi.. dei algumas instruções e recomendações a ela, disse o nome dos meninos — apesar de ter a certeza de que ela não saberá diferenciar um do outro — lhe mostrei onde ficam todas as coisas de que ela poderia precisar.. E avisei que acreditava estar de volta antes das 13:00 horas.

A Julinha, o Diogo e eu, nos despedimos da Babá e seguimos para o carro.

                     *****

Algumas horas depois..

Enfim estamos indo para casa, daqui a alguns dias saberemos o resultado da audiência de hoje, o Juiz fez algumas perguntas para mim e outras para o Diogo, coisas como : A quanto tempo estamos juntos, condições financeiras, disponibilidade para educar e cuidar, residência fixa e muitas outras perguntas além do que se manda a lei no processo de guarda e adoção de uma criança .. Ele também interrogou a Julinha, perguntou como a tratamos, se ela gosta de estar na minha casa, coisas desse tipo.. O único contratempo que tivemos, foi em relação ao atropelamento dela, se a menina não tivesse demonstrado insistentemente o quanto ela gosta de estar comigo, provavelmente isso teria tido um peso muito maior, como ponto negativo.. Mas mesmo assim, acredito eu, que vai dar tudo certo no final, tudo ocorreu bem ao meu ver.

Algumas vezes eu pegava o Juiz repetindo alguma pergunta que havia me feito, pois por mais que eu tentasse prestar atenção.. muitas das vezes eu me pegava pensando no Jason e no que a Camille me falou, isso ainda estava doendo muito, mesmo que parte de mim acreditasse que era mentira, que o Jason está bem e vivo.. Mas eu não conseguia desviar meu pensamento daquele olhar frio da Camille me dizendo que ele estava morto, e então por diversas vezes o Juiz precisou me chamar mais de uma vez, me fazendo voltar a prestar atenção no que ele dizia, precisei reunir forças do mais profundo do meu ser, para não desabar na frente de todos eles e chorar feito uma criança, tudo o que eu mais queria o tempo todo.. Era chegar logo em casa para poder colocar pra fora toda a minha dor, dor essa.. que estava me mutilando por dentro.

No fim assinamos alguns papéis e nos despedimos com a promessa de uma resposta final em alguns dias.. Pois eles iriam procurar saber se havia alguém da familia da Julia que tivesse interesse em ficar com ela, pois por lei.. Eles teriam que dar preferência a parentes de sangue que quisessem reivindica-la, e se não houvesse ninguém.. Aí sim, dariam a guarda dela a mim e ao Diogo.

O Marido da minha Melhor AmigaOnde histórias criam vida. Descubra agora