Capítulo 42

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P.O.V.   Vs

Como ela pôde? todo esse tempo morando no morro, uma semana dentro da minha casa? e ela não falar quem era a porra do pai dela?

Ela tinha dito que o filho da puta tinha matado a mãe dela e estava preso, me disse que só tinha a tia e manu de família, e do nada ela se torna filha do barão, meu inimigo, mesma facção mais um inimigo declarado porque não sabe perder. perdeu o posto de melhor morro, de melhor pó e praticamente todos que compravam a ele veio me procurar.

aponto minha pistola em direção a ela, tristeza, raiva, ódio me consomem tantos momentos bons e ruins juntos. eu sei que sou um filho da puta, que fiz muita merda com ela, mais eu nunca menti e enganei ninguém, sou eu o tempo todo, ruim, bom, amigo, parceiro nas horas boas e ruins, já matei, roubei, torturei, sou um monstro como ela disse, sou a porra de um traficante, mais eu sou verdadeiro.

logo agora que eu ia me desculpar por ontem? eu errei feio sei disso, queria ela a todo custo, mesmo estando drogado aos poucos eu fui tomando o controle do meu corpo de novo e lembro cada detalhe, eu amo ela, amo de verdade lembro quando falei sua surpresa com as minhas palavras, o som da voz dela falando a mesma coisa ecoa na minha cabeça. " Eu te amo" essa frase nunca vai sair de mim.

Lili - atira Vinícius! atira de uma vez e acaba com essa porcaria de vida que eu tenho. - saio dos meus pensamentos com ela gritando.

Apenas olho em seus olhos, as lágrimas descem feito cascatas, queria pedir pra ela ficar. queria esquecer isso, e apenas viver junto dela, mais eu não consigo, sou fraco, fraco pra amar, pra esquecer. abaixo a arma ela olha cada movimento, queria falar pela última vez que a amo mais apenas dou as costas e subo o morro, sem olhar pra trás, sem dizer adeus, apenas vou.  consigo ouvir seu choro, os soluços e um dos soldados mandando ela ir embora.

vou pra o lugar mais alto do morro, perto da mata, é meu lugar preferido, sempre vinha aqui quando criança, meu pai me contava da minha mãe, eles namoravam aqui, eram felizes até eu nascer.

sento embaixo de uma árvore, a única lembrança que ronda minha mente é o choro dela, o rosto vermelho, os olhos inchados e mesmo assim ela estava linda, uma lágrima teima em cai do meu olho, balanço a cabeça em negação, homens não choram, e eu não vou chorar não de novo, não por ela, ela não merece, mentiu, me enganou nem sei se aquele "eu te amo" foi verdadeiro ou não.

Minha barriga reclama de fome, olho pra o relógio no meu pulso passa das duas da tarde nem vi o tempo passar, ela foi e agora tudo volta a ser como antes.

levanto e vou pra casa, passo direto pra cozinha, maria ta lá, eu beijo a cabeça dela, ela faz carinho no meu rosto e dá um sorriso triste.

Vs - faz alguma coisa pra me comer?

Maria - vou só esquentar. - ela vai em direção ao fogão, não presto atenção apenas sento. - Eu fui limpar o escritório hoje, você voltou a usar aquilo? - suspiro e coloco a cabeça apoiada nas mãos.

Vs - eu precisava ontem Maria, mais na real eu preciso bem mais hoje.

Maria - e amanhã vai precisar mais que hoje e depois de amanhã do mesmo jeito, tu não percebe garoto que isso só vai te afundar ainda mais? esses negócios aí não vão te fazer feliz não, muito menos te fazer esquecer as coisas ruins que acontecem.

Vs - pode pá, só que eu não sei se consigo ficar limpo hoje. - falo e ela me olha triste. -  tu já sabe o que aconteceu né?

Maria - sei sim, o morro todo fala sobre isso, ninguém acreditou que tu deixou a X9 ir embora.

Quebrando Os Padrões. Onde histórias criam vida. Descubra agora