Capítulo 66

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Bruna

Odeio quando esses taxistas filhos da puta não querem entrar no morro, eu falei mil vezes que não ia acontecer nada e aquele velho rabugento nem quis me ouvir, agora eu tenho que subi de salto e com esse peso nas mãos.

Bruna - só pode ser brincadeira. - olho pra cima quando os pigos grossos de chuva cairem em mim, nunca chove no rio de janeiro ai justamente hoje resolve cair um dilúvio, reviro os olhos e continuo meu caminho, meu celular começa a tocar na bolsa, coloco as sacolas do supermercado no chão e atendo.

ligação on.

Bruna - fala.

Lt - amor ainda ta com raiva de mim?

Bruna - Lucas me faça um favor e não ligue mais pra mim.

ligação off.

desligo antes dele falar algo, Eu queria tanto um bebê o que custava ele adota um comigo? mais o que me deixou com ódio foi o que ele disse.

- Eu não vou criar uma criança que não tenha meu sangue, pra quando crescer ficar passando na minha cara que eu não sou o pai dele e virar um marginal por aí. - como se ele não fosse um marginal, coisa ridícula, já faz uma semana que ele não dorme na minha cama, e nem é porque ele não quer adotar é porque ele é um filho da puta preconceituoso e hipócrita.

Chego no lugar onde conheci o Lucas me lembro bem do dia que ele me encontrou depois de fugir da casa da mulher que me pariu, quis me vender pra ser puta fugi mesmo e fugia de novo principalmente porque essa fugidinha me levou ao Lucas, meu primeiro e único tudo. Eu amo o Lucas com tudo que sou e tenho.

Quando chego perto de umas latas de lixo vejo uma criança, praticamente um bebê deve ter de 2 a 3 anos, me a próximo ele ta todo molhado e sujinho, olho pra todos os lados pra ver se a mãe dele ta por perto, mais não tem ninguém.

Bruna - oi. - falo e ele levanta os olhinhos de um azul tão intenso, ele é lindo.

- oi. - a voz é tão doce.

Bruna - cadê a sua mamãe? - pergunto já meio preocupada.

- a minha mamãe ta dormindo, mais não acorda e eu to com fome. - os olhinhos se enchem de lágrimas e me da uma dor no coração.

Bruna - leva a tia até a mamãe.

ele segura minha mão e vai em direção a umas caixas grandes cercada por lixo, tento ver se tem alguém mais não consigo ver ninguém. vejo os pés de uma pessoa, a mulher da deitada do lado de um latão de lixo, chamo umas mil vezes.

- a mamãe ta com soninho e não quer acordar, ela só dormi.

Bruna - a tia vai ajuda ela a acordar príncipe.

pego meu celular e digito o número do meu salvador, ele tem que me ajudar não posso deixar essa criança aqui com a mãe dessa forma.

Lt -  sabia que ia ligar. - reviro os olhos e respiro fundo, não é hora de brigar.

Bruna - sem gracinhas, preciso de você.

Lt - o que ouve? Bruna onde você esta?

Bruna - eu sei que você sabe, vem agora e de carro Lucas, - ele tem um rastreador no meu celular e toda vez fica perguntando onde eu estou. - aaaai meu Deus ela vai morrer. - falo quando vejo a mulher ficando sem ar, ela puxa o ar com tanta força que faz barulho e se contorce.

Lt - Quem vai morrer Bruna, responde Brun... - desligo sem responder.

me ajoelho e seguro a cabeça da mulher pra fazer ela respirar sem se engasgar, ela se acalma e eu suspiro aliviada. o pequeno ta sentado do lado com os olhinhos assustados e eu morro um pouco em ver ele desse jeito.

Quebrando Os Padrões. Onde histórias criam vida. Descubra agora