15: Um Vislumbre do Futuro

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EU NÃO HAVIA DITO UMA só palavra desde a saída do Castelo da Água. Aurora tinha desaparecido com o vento e Claire tinha se recolhido. Jason não tentara falar comigo sobre o que havia acontecido, mas eu sabia e ele também. Ela tinha se sentido ameaçada. A Princesa do Ar havia se sentido encurralada por mim, a grande farsa da Água. A Princesa que ninguém esperava que seria capaz de colocar medo em alguém, muito menos na segunda colocada dos Jogos Elementais. Era um mito, um que só uma pessoa tinha conseguido realizar antes.

– Mais cedo ou mais tarde o Clã do Ar irá sentir. – Jason, disse de repente. – Eles sentiram quando ela se sentiu ameaçada por mim na primeira parte dos Jogos. Vão sentir novamente.

Olhei de esguelha para ele, um suspiro entalado na garganta.

– Eles não vão acreditar que fui eu. Ninguém nunca me leva em conta.

– Eu levo. – o seu tom de voz fez com que eu imediatamente olhasse em sua direção.

O fundo dourado de seus olhos foi o incentivo para o violeta nos meus ganhar vida. Eu não iria desviar o olhar desta vez, iria ver o que acontecia quando a ligação não era interrompida. De súbito, a carruagem ao nosso redor desapareceu, dando lugar à uma visão de início turva, mas que ganhava nitidez com velocidade.

Era uma festa. Pessoas conversando e rindo, o tilintar de brindes enchendo meus ouvidos. Nunca tinha estado naquele castelo antes. Ele não se parecia em nada com nenhum dos Clãs. Na verdade, parecia uma mistura de todos eles em um . Também não reconheci ninguém na multidão, até encontrar um menino de cara feia no canto da parede, os braços cruzados. Tinha pele bronzeada, típica do Reino do Fogo, mas os cabelos eram brancos, uma característica única da Água. Antes que eu pudesse visualizar seu rosto com atenção, um homem alto passou na sua frente. Usava um terno azul escuro magnífico; ombros largos, cabelos negros azulados que eu reconheceria em qualquer lugar. Jason. Ele olhou pra os lados, como que procurando por alguém, e depois voltou o olhar para criança, se pondo de cócoras na frente dela.

O que houve, Cameron? – ele perguntou, suavemente.

Crônicas de Água e Fogo: O ElementalOnde histórias criam vida. Descubra agora