MEU PROFESSOR

Pegando no meu pé

Diferente de ontem, me levantei mais cedo hoje.

Senti um cheiro delicioso vindo da cozinha, então saí da cama e desci as escadas.

— Hum... Que delicia. O que está fazendo? - Pergunto à Kate, que está virada para o fogão.

— Panquecas. Senta aí que vou te servir – Diz, colocando prato à minha frente.— Então... Me conta como foi seu primeiro dia na faculdade.

— Foi bom, mas acabei chegando um pouco atrasada e levei meio que uma bronca do professor. - Digo, enquanto provo a panqueca. — Ficou ótima. Está uma delícia Kate. - Elogio.

Essa é uma de suas especialidades culinárias.

— Obrigada querida, mas como assim uma bronca?! Você chegou muito atrasada?

— Não, só cinco minutinhos. Ele não gosta muito desse tipo de comportamento. Não sei o motivo de ter toda essa fixação por horários. - Ambas sorrimos.

Terminamos nosso café e ajudo a organizar a mesa.

— Vá se arrumar. Não queremos outra bronca, certo?! - Diz.

— Certo general. - Bato continência.

Kate morre de ri.

Me levanto, dou um beijo em seu rosto e vou para o meu quarto.

Olho o relógio e ainda tenho tempo.

Vou para o banheiro e tomo um banho relaxante.

Sou uma pessoa mais discreta, então visto uma calça jeans, uma blusa listrada com uma jaqueta por cima e calço meu tênis. Passo um rímel, um batom cor de boca e deixo meus cabelos soltos.

Saí de casa e fui em direção ao ponto de ônibus.

Chegando à faculdade, espero por Lisa, que chega logo depois.

— Oi, tudo bem? Caiu da cama hoje? - Pergunta, sorrindo.

— Para o meu bem, não. - Rio. — Acho que passar o dia com dores pelo corpo, não seria legal.

Entramos para esperar a aula começar e ficamos conversando a respeito dos outros alunos.

Lisa disse que tem um garoto que não para de olhá-la, então pedi que mostrasse quem era.

O menino é bem bonitinho, mas segundo minha amiga, não é seu número. Engraçado que não botei muita fé nisso.

Nosso papo é interrompido por uma voz que ressoa por toda a sala.

— Bom dia. - É o professor Arthur.

Ele vai para sua mesa, fazendo com que todos se calem e o respondam.

Sua atenção é direcionada à turma e nossos olhos se cruzam. De repente, sinto um frio na barriga que não sei explicar.

Sua sobrancelha se ergue e percebo uma certa ironia.

— Que bom que já estão todos aqui. - Diz.

Sabia! Indireta entregue com sucesso.

Olho pra Lisa, que entende e sorri, balançando a cabeça negativamente.

Deixando seu comentário para trás, retira algumas folhas de sua pasta.

— Vocês farão um exercício valendo ponto e é pra ser entregue somente nessa aula. Não poderão consultar material algum, apenas sua memória. Foi feito com base em tudo que estudamos ontem. - Fala com a maior calma do mundo.

— Como assim?! Mas já professor? As aulas mal começaram. Pega leve aí. - O menino que discutimos agora a pouco, questiona. Ouve-se outros alunos concordando com ele.