Preciso falar

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— Bom dia, minha linda.

Ouço alguém dizer em meu ouvido.

Abro os olhos e o vejo sentado à beira da cama.

— Bom dia, meu lindo sequestrador. — Sorrio.

— Então, a senhorita se interessa por um cara que a raptou?! — Brinca.

Me sento e cubro com o lençol.

— Eu gosto do perigo.

— Bom saber disso. — Diz, maliciosamente. — Vamos tomar café?

— Não precisa perguntar novamente. — Levanto, visto sua camisa e o sigo até a sacada.

A mesa está repleta de coisas gostosas.

Café, suco, leite, pães, bolo, queijo, torradas, e por aí vai.

Parece cenário de novela.

— Há outras meninas que nos farão compainha? — Zombo.

— Não. — Puxa a cadeira para mim. — Esse tratamento é exclusivamente seu.

Rimos com nossa brincadeira e começamos a comer.

Me lembro de ontem e de como gostaria que tivesse participado da surpresa que me preparam.

— O que foi? — Pergunta, espantando meus pensamentos.

— Não é nada. — Digo.

— Não parece. — Me dá um olhar questionador.

— É que... Estava pensando sobre ontem e seria legal se tivesse compartilhado aquele momento conosco.

Antes de responder, me analisa por um tempo.

— Você sabe que é difícil, Anne. Além da Lisa e a Kate, nenhum deles sabe sobre nós. — Explica.

— Sim, mas... Talvez eu pudesse contar. — O olho receosa. — Não gosto ficar mentindo. Por exemplo, quando me chamam para sair e já marcamos algo, tenho que inventar uma desculpa nada a ver e... Sei lá, às vezes parece que estou vivendo duas vidas.

Sua mão busca pela minha, sobre a mesa.

— Imagino que não seja fácil, mas acho que não aceitariam bem, principalmente o Lucas. Pensou em sua reação ao saber que está namorando o cara que detesta?! Gosta de tê-lo como amigo e obviamente, ficará irritado. Não quero que se decepcione, ou fique triste. — Diz.

Isso é fato.

Pelo que fala do Arthur, não espero que me deseje felicidades.

— No começo será complicado, mas vai se acostumar. É uma escolha minha ser sua namorada e terá que aceitar. — Tento convencê-lo.

— Não é bem assim. Envolve os sentimentos que nutre por você.

Concordo com a cabeça e volto a tomar meu café, encerrando o assunto.

Que situação, não é mesmo?!  

Me vejo dividida.

— Anne. Não quero que fique assim. Se é importante para você, estou de acordo.

— Sério?! — Não contenho meu sorriso. —Obrigada. Primeiro, vou falar com o Erick. Ele pode me ajudar.

— Me parece uma boa ideia. — Dá um sorriso carinhoso. — Agora vamos tomar nosso café?

— Claro. — Concordo e me sirvo um pedaço de bolo.

Fiquei até mais leve.

Confesso que já pensava nisso há um tempo.

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