MEU PROFESSOR

Ela mexe comigo

Ontem foi sábado e nunca agradeci tanto pelo Miguel ter furado comigo.

Eu poderia ter chamado alguma daquelas garotas que estavam ali para me acompanhar, mas somente uma não sai dos meus pensamentos ultimamente. Na verdade, desde o primeiro dia em que a vi.

Não sei o que é que ela tem, que me deixa tão desconcertado.

Tenho tentado esquecê-la, mas como faço isso se a vejo todos os dias? E também não sei se esquecer é o que realmente quero.

Quando a vi se aproximando mais linda do que nunca, com um vestido que realçava perfeitamente suas curvas, fiquei hipnotizado. Era como se tivesse um magnetismo que me impossibilitava de desvir o olhar.

Sua amiga se mostrava muito confortável, diferente dela. Com o passar do tempo, foi relaxando e deixou a insegurança de lado.

Começou a tocar uma música e a convidei para dançar.

Como foi bom tê-la perto de mim, sentir o toque de sua pele e seu perfume.

A muito tempo não perco a cabeça por uma mulher como agora.

Tenho tentado me segurar, por ser minha aluna e algo não permitido, mas o que posso fazer? É mais forte que minha razão, ou qualquer regra e dessa vez meu lado emocional venceu.

Eu a beijei e os sinais que deu foi de que também queria aquilo. Não queria soltá-la mais. Não pensei em nada ao meu redor, só queria senti-la, enquanto podia.

Acabei me desculpando por talvez ter passado dos limites, mas acabamos fazendo o mesmo que antes.

Gostaria que nossos beijos tivessem durado mais, porém a música foi curta para isso.

Depois de levá-la em casa, passei longos minutos pensando no que aconteceu.

Acho que estou ficando maluco.

Achei que se acontecesse algo entre nós, pararia de pensar tanto nela. Pelo visto, foi o contrário.

(....)

Não consegui dormir ontem a noite, então decidi sair bem cedo para me exercitar.

Fico duas horas treinando pesado, pois preciso ocupar minha mente e nada melhor que isso.

Volto para casa na hora do almoço, tomo banho e vou para a cozinha. Maria está lá.

— Oi. Posso servir o almoço? - Pergunta.

— Pode sim e senta comigo.

Depois de almoçarmos, vou para o computador, resolver algumas coisas da empresa.

Passo toda a tarde lendo relatórios e ficando a par da movimentação.

Chega a noite e ela volta aos meus pensamentos.

Após a missão de tentar esquecê-la, ir por água a baixo, decido convidá-la para jantar.

(....)

Estou em sua porta pensando se toco, ou não essa companhia. Nunca estive tão indeciso em minha vida.

Vamos lá, Arthur. Vai dar um de adolescente agora?

Se passa alguns segundos e vem me atender.

Pela sua expressão, percebo que está surpresa em me ver, aliás eu mesmo não sei o que estou fazendo.

Ela me convida a entrar e observo um pouco ao redor. Apesar de simples, é muito aconchegante e combina com sua personalidade.

Procuro as palavras certas para chamá-la para sair comigo, mas do nada sai correndo para a cozinha.

Preocupado, vou atrás e a encontro no meio da fumaça, toda atrapalhada. Chega a ser um pouco engraçado. Acho que cozinha não é o seu forte e acaba confirmando minhas suspeitas.

Resolvo ajudar, já que está um caos aqui.

Nunca fiz isso com ninguém, a não ser a Maria e o Miguel, mas a Anne é diferente.

Fiquei feliz por ter gostado do prato.

Estamos na sala tomando um sorvete como sobremesa, então vejo que já é tarde.

Acho melhor ir embora, antes que a amiga dela chegue. Seria uma situação estranha me encontrar aqui, ainda mais eu sendo seu professor.

Quando saímos, não me controlo e acabo beijando-a. Arrepio, sentindo seus dedos deslizarem pelos meus cabelos. Isso é tão excitante que preciso parar agora.

Ela está corada pela excitação e isso não está fazendo bem para minha cabeça, então me despeço e vou para o apartamento.

Preciso de um banho bem gelado.

Começo a pensar o quanto está mexendo muito comigo.

Ela é só minha aluna e não devemos misturar as coisas. Não sou um cara sério quanto a relacionamentos e não vou fazê-la sofrer.

Devo esquecer, mas não é o que quero.

Estou em um impasse terrível.